sábado, agosto 13

O homem da minha vida

És o homem da minha vida.
Em teus braços que pequena dormi, tú que me seguraste com carinho, cuidado, um pouco de medo, pai de primeira viagem, não vais esmagar a criança que chora a todo momento. Desejaste um menino que eu sei, mamãe já me contou, mas acabei por vir menina, desde que nasci tu percebeste... era mesmo a minha função contrariar-te.

Mas não me contradiga, sei que te conquistei desde a primeira vez que apertei teu dedo com a frágil mãozinha de menina boba, que tinha medo de trovões, de insetos e de ficar só. Medos sem sentido, hoje vejo que você jamais me abandonaria, jamais me deixaria só num banco de praça, dentro do ônibus, ou na porta do bar, naqueles dias em que parávamos para que tu tomasse sua cervejinha, enquanto a menina brincava nas mesas e se entupia de salgadinhos.

Há pai, eu lembro muito bem das noites com o violão, de você cantando, de nós, só nós dois, nós e as cócegas, da mãe que gritava a anunciar que o jantar estava na mesa. E todas as vezes em que eu fiquei mal, em que eu chorei, em que você não dormiu, em que você se preocupou, em que você só pensou em mim.
Pai, a gente cresce, é inevitável.
Sei que não me seguras mais, porém, eu ainda me encaixo bem no teus braços, no teu abraço, e pra esses braços, que eu vou voltar todas as vezes que esse mundo mau me machucar. Pai, eu sei que te causo mil problemas, mil preocupações, mas é a minha função, sou filha!
Ha pai, é tão mais fácil escrever, tão mais fácil que falar ou demonstrar... porque se eu fosse falar, ia me embaralhar, eu sempre me embaralho.
Pai, eu te amo, e você sabe disso, sempre soube, e sempre vai saber.

2 comentários:

  1. Que amor bonito!

    http://amar-go.blogspot.com/

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  2. sem duvida, tem memórias que são extremamente difíceis de abandonar :/ boa sorte com as suas!
    e me apaixonei pelo seu texto, e super me identifiquei.
    beijos

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