domingo, maio 13

Quanta bobagem


Vou colocar os meus pés no chão gelado sem as meias... vou pegar um resfriado!  Posso até morrer, mas antes vou abrir a cortina, só pra quando amanhecer, eu poder ver você amanhecendo.
Eu vou levantar bem devagar, só pra não te acordar, porque você não tem noção do quanto é lindo dormindo.
Eu quero ver o escurinho ficar claro gradativamente e cada parte do teu corpo se encher de luz, pra eu poder voltar a dormir pensando em como você pode ter sido feito assim... na medida certa pra encaixar em mim. 

Vou acordar quando você levantar devagar, devagar pra não me despertar. (Sem saber que eu vou acordar e fingir estar dormindo).

Eu vou ouvir seus passos indo até o sofá, teus movimentos colocando o moletom cinza, o fogão ligar, a água ferver, vou sentir o cheiro de café, e quando eu senti-lo, vou saber que logo logo você vai me acordar.
Você sempre deita de mansinho, me aperta, passa os dedos pelo meu rosto... dai eu me encolho, viro de lado, você beija meu pescoço e me diz pra acordar, mas não sem antes exaltar mil vezes a minha eterna preguiça.

Eu reclamo do frio, sempre quero ficar mais tempo na cama e as vezes você leva o café pra mim, eu gosto disso. Eu gosto de gostar disso, eu gosto de gostar de alguém, eu gosto de não precisar fingir um desamor por medo de que você não me ligue amanhã. Gosto do jeito que você me fez entender que se pode gostar de alguém.


Quanta bobagem!


arte by: Hope Gangloff