terça-feira, dezembro 29

Sinto falta

Olho pela janela, como as árvores passam rápido por mim. Ainda lembro que quando era criança, tinha certeza de que eram elas que corriam ao redor, e não eu que me mexia.
Sinto saudades daquela época que acreditava que o mundo corria pra mim, e não eu que corria para ele.
Sinto falta de sentir medo do Chupa-Cabra, ou do ET de Varginha.
Sinto falta de perguntar para a minha mãe de onde vinham os bebês e ver aquele rosto avermelhar-se e me contar sobre cegonhas que carregavam bebês em seus bicos enormes. Saudades da época em que minha irmã era pequena e eu pedia para segura-lá.
Saudades de sentir ciúmes do meu chocolate, da minha fralda, da minha chupeta, daquele cobertor que estava até rasgado de tão surrado e velho. Sinto falta de brincar com o vizinho de subir nas árvores, de ficar horas no balançador e depois reclamar que estava com dor de cabeça.
Saudades de cair no chão de cimento, ralar o joelho, gritar o nome da minha mãe e depois espernear quando ela ia tirar as pedrinhas do ferimento. Saudades de sentir o beijo que curava todas as dores.
Saudades de amarrar o cabelo no alto da cabeça, calçar sapatos de salto alto e uma blusa 4 vezes maior... Sem falar nas meias dentro do sutiã da mãe, para me achar linda.
Sinto falta de colocar uma almofada debaixo da barriga e fingir que estava grávida daquele menino lindo e encardido de tanto brincar na rua, que eu jurava ser meu príncipe encantado, ser meu amor eterno, e de que hoje não lembro nem o nome.
Saudades de me agarrar ao pescoço do meu pai na entrada da escola, de chorar á cada 1º dia de aula, e chorar ainda mais depois de saber que teria de ir para aquele lugar todos os dias.
Saudade das coisas simples que me faziam feliz.
Saudades de quem eu era.



Espero

Espero ...
Espero que você realmente se foda, espero que o seu coração seja despedaçado por uma pessoa sem sentimentos que não dê a mínima para essas sua historinhas pra boi dormir.
Espero que a vida seja para você tão dura quanto foi para mim.
Espero que você seja iludido, que te finjam amor, que te façam acreditar que a pessoa certa existe, e que tirem isso de você justamente no momento em que essa seja sua única bóia de salvação.
Espero que você se afogue nesse mar de falsas esperanças.
Espero que você deite na sua cama, e durma pensando em alguém que jamais vai te querer.

Mais confesso que no fundo...
Ainda te espero.

terça-feira, dezembro 22

Estranho papo de amor e morte

Ridiculo o modo submisso como ela se rendia á ele!
Estranhamente viciante essa historia de ter certeza que morreria sem ele, morreria por ele, morreria se ele morresse, morreria de amor...
Pra que AMOR e MORTE?
Eles nem rimam mesmo.

sexta-feira, dezembro 4

Aindas e porens.

Ainda mudo de idéia como troco de calcinha. 
Músicas ainda me influenciam com uma frenquência alucinante.
Livros ainda me animam pela capa mais me desanimam no conteúdo. 
Ainda tento ler os clássicos de José de Alencar e Machado de Assis, mais confesso aqui que foram poucos os que me incentivaram até o final.
Ainda mudo a cor do cabelo achando que isso vai me fazer uma pessoa melhor ou pior assim que eu lava-lo.
Ainda pinto a unha em cada decepção que tenho.
Ainda fico na certeza que amo alguém perdidamente, e que eu jamais vou conseguir amar outra pessoa do mesmo jeito. Depois que acaba ainda tenho a certeza que não era amor.
Ainda faço faxina no quarto todas as vezes que alguém me irrita.
Ainda tenho o costume de falar gírias de velho para não xingar ninguém.
Ainda tenho a dúvida entre ser a menina 'cool' que entende de literatura, música e cinema, ou se prefiro a menina moleca que anda na rua de chinelo e meia e que não está nem aí pra essa porra toda que esta acontecendo.
Ainda tenho a duvida se prefiro crescer e ter responsabilidades, ou se prefiro ficar em casa comendo doce e fingindo que o mundo nunca vai cobrar nada de mim.
Ainda olho antigas fotos pensando em como aquilo era bom!

Sinceramente, acho que esses meus poréns e aindas estão longe de acabarem. Acho que pessoas ficam sempre em dúvida em quem ser, o que fazer, que atitudes tomar, que vantagens contar e que podres esconder.
Ainda acho que a vida á cheia de AINDAS.