sexta-feira, março 25

Diálogo.

3 dias atrás em algum lugar da cidade.
- Você esta apaixonada por mim?
- Não.
Ela respondeu sem nem ao menos pensar por um único segundo.
- Porque?
- Eu estou com muita coisa pra fazer, tenho uns 5 livros pra ler até o fim do semestre, tenho que escrever um artigo, estou tentando me dedicar mais a minha familia, aos meus amigos e a mim mesma. Entende?
- Tá, eu sei, mas isso não importa, sentimento é uma coisa que você não controla.
- Controla sim.
- Não controla.
- Eu controlo os meus.
Ela sorriu e fechou os olhos.
- Você nem parece uma menina, as meninas deveriam ser mais sensíveis e românticas sabia?
- Eu cansei de ser assim, nossas mães e amigas nos ensinam errado, dizem que se um cara não te liga no dia seguinte, é porque ele perdeu teu numero, e se ele não te atende, é porque estava ocupado, mesmo que você tenha ligado 3 vezes, elas nem ao menos acreditam nisso, mas dizem para nos poupar do sofrimento que é admitir que o cara não esta a fim. Os caras pegam o telefone das meninas por educação, ou porque quererem se livrar delas logo dizendo que estão indo, só pra sair e pegar aquela outra que esta dando mole. Eles não ligam depois, eles nem lembram o nome dela depois.
- Nem todos os caras são assim.
- Nem todas as meninas são sensíveis e românticas.
- Você tem que parar com isso, não combina com você! Tú tens essa carinha de menina inteligente, que é sempre boa com todo mundo, passa cola na prova, conversa até com cachorro sarnento na rua. As vezes até faz aquela cara de enjoada, mais mesmo assim, a enjoada mais companheira que eu já ví.
- Não adianta falar assim.
- O que á de tão ruim em se apaixonar por mim? Eu sou uma criatura tão odiavel?
- Eu gosto do jeito como você fala comigo, como você não me poupa das coisas que podem me deixar triste, como você me conta historias sem sentido todo animadinho. Essa tua mania de sumir as vezes me deixa maluca, e isso não é ruim, porque eu gosto de sentir saudades, de sentir inegurança, por que isso me faz sentir mais viva.
- E mesmo assim, você não se apaixona por mim.
- Você é totalmente apaixonante, e se eu baixar a guarda, me apaixonaria por você naquele mesmo instante.
- Então porque você não baixa a guarda?
- (...)
- Não sabe, não é?
Ele deu aquele sorriso matador de menininhas indefesas.
- Não consigo mais, não posso ser de alguem, só posso ser minha.
- Ser egoista é ruim, você deveria se dividir com alguem, poderia ser comigo. Eu saberia cuidar bem da minha parte, de você.
- Se fosse tão facil assim ...
- Vou te ensinar a ser minha, você vai ver.
- (...)

Foi mais ou menos assim!

quarta-feira, março 16

Eu não usei.

Saudades do frio na barriga, daquele DVD do Engenheiros do Hawaii que riscou de tanto dar ‘repeat’ nas musicas que eu escutei com você, o Gessinger fez muito sentido em tudo que falou durante aqueles dias. Da época em que você não estragava tudo com essa odiosa mania de estar sempre com cara de quem foi decepcionado por alguem.
Saudades daquela estranha sensação de que tudo podia dar errado, sendo que não havia nada certo para dar. Das noites em que eu voltei pra casa sorrindo como uma idiota e dormia com a sensação de que o amor existia, que o mundo era lindo, que você era meu. Saudades do sentimento, das lagrimas com soluços, de achar que esta amando.
Pena que não podia declarar direitos de propriedade sobre você!
Pena? não! que idiotice. Afinal de contas, quando a gente percebesse que não nos encaixávamos, eu não ia saber aonde te colocar e eu tenho a mania de guardar coisas velhas achando que vou usa-las um dia. Não usei.
Eu sei que você ia ficar bravo com o termo ‘usar’ mas não foi no sentido ‘ruim’ da coisa. Foi tudo bem bonitinho enquanto durou, mas você não me aguentaria reclamar do mundo, e eu não aguentaria o seu sono, o seu jeito sempre racional de ver as coisas acontecerem, sem se mexer, sem gritar por nada!
Mas esta guardado, ainda esta naquele DVD do Gessinger, ainda esta do lado da minha casa, esta nas fotos, está no dia 12 de novembro! Vamos rir, toda vez que nos encontrarmos, eu sei.


domingo, março 13

Punição.

'Não faça nenhum bobagem, estude, seja uma boa menina e volte cedo para casa. Fale como uma dama e não de boca cheia, respeite os mais velhos, seja simpatica com as crianças, não xingue a sua tia, diga que a sua avó está linda com aquele vestido. Brinque com o seu primo, dê banho no cão, não coloque a sujeira embaixo do tapete. Leia aquele livro, não assista aquele filme. Não me diga que você esta namorando aquele cara de brincos e com o cabelo estranho. Você merece coisa melhor. Essa roupa não esta muito curta? Seu cabelo fica melhor castanho, esse esmalte chama muita atenção. Já são 3 da manhã, onde você está? Vocês são só amigos não é? Não fale palavrão, eu odeio tatuagem você sabe disso. Que musica horrivel, abaixe esse som, esse filme é estranho, vamos assistir outro. Aquele seu amigo que veio aqui ontem tem cara de drogado. Venha para casa nas férias. Acorde, já é tarde, ninguem mandou você ir dormir ás 6; venha tomar café com a sua familia. Pare de  tomar café o dia todo, isso faz mal. Você chegou em casa bêbada ontem, não foi? Fale para aqueles seus amigos falarem mais baixo, vocês vão irritar os vizinhos. Você vai dormir na casa dela de novo? Todo fim de semana é a mesma coisa.'

E qual a punição?

quinta-feira, março 10

A arvorezinha.

 Não é impressão minha, aquela arvore que meu pai plantou quando eu tinha 7 anos já esta ficando bem grandinha lá no quintal.
 As minhas amigas não sentam mais comigo na frente de casa pra falar do carinha bonito da 8ª série, e meus finais de semana não são passados na rua jogando vôlei, ou comendo a comida da minha avó no sitio.
 Eu não estou mais pensando em o que vou ser quando crescer.
 Nenhum cara foi na minha casa pedir pro meu pai, pra sair comigo, e o baile de formatura no colegial não teve tanta graça.
 Eu fui obrigada a fazer muita coisa que não quis, deixei de fazer muita coisa que quis fazer.
 Acabei vivendo em função de pessoas que não valiam a pena, e vivi sem pessoas que eu acreditava serem necessárias para continuar a viver.
 Não esta acontecendo como eu imaginava que ia ser.
 As coisas são fáceis ... fáceis de lembrar, fáceis de escrever! Dificil mesmo é parar pra sentir o que esta mudando.
 E não é que aquela arvorezinha cresceu mesmo?
 E não é que eu parei mesmo de pensar no que vou ser quando crescer?!

domingo, março 6

É carnaval, e chove.

 Carnaval chuvoso, frio (...)
 Toda aquela beleza do cabelo arrumado e da maquiagem bem feita iam escorrendo pela rua, por caminhos que eu nem imagino quais sejam.
 Chega uma hora em que você simplesmente cansa! Então, estava cansada.
 Toda aquela animação, todas aquela pessoas se pegando, nada daquilo estava fazendo bem, o cheiro de cerveja já estava enjoando.
 Os passos até em casa pareciam longos demais.
 Mas aquele toque no ombro, e o frio na barriga, fizeram a chuva parar. Aqueles pequenos olhos escuros que sorriam me fizeram lembrar dos carnavais passados.
 Os passos até em casa não pareciam mais tão longos, e a opção de fazer o caminho mais cumprido, sempre parecia melhor quando a sugestão vinha da voz que falava pausadamente. Sem pressa para nada, com todo o tempo de mundo para me esperar.
 A chuva voltou, mas ninguem se importou.
 Não era para estarmos alí, mais como voce mesmo diz, 'Pequena, nós sempre acabamos estando no lugar certo', e aquela, não era a hora errada.
 Por mais que o tempo passe, acabamos mais uma noite sentados na calçada suja e molhada, rindo das suas historias bobas, dos meus planos infalíveis, das noites passadas e das noites que virão.
 Enquanto você desenhava meu rosto com a ponta dos dedos eu me perguntava porque só era bom assim, quando ficamos tanto tempo longe, mas a resposta não apareceu ainda.
 E então, a madrugada que costuma demorar pra passar, amanheceu rapido demais. O meu carnaval, acabou mais uma vez eu e você.
 Então, vamos dar bom dia, porque esta na hora de dormir, e amanhã? Não sei se vai chover, mais frio não vai estar.
 No fim das contas, a calçada vai estar lá, e isso, já me basta.

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Eu não sei mas quantas linhas mas terei de escrever até conseguir me livrar de todos os sentimentos, os gestos e os gostos que senti desde que voltou pra minha vida com essa idéia de que isso não muda nada entre a gente!

terça-feira, março 1

Depois dos dias de sol.

Que vontade de escrever tudo e nada ao mesmo tempo!
meus momentos de inspiração tão indo e vindo com uma rapidez tão grande, que eu acabo aqui parada com uma pagina aberta e uma mente vazia.
 Parece que você esta roubando os meus melhores momentos com esse sorrisinho simpático e essas historinhas pra boi dormir.
 Se eu te pedisse pra sair de mim (...) Você sairia?
 Se eu te pedisse pra me ignorar, fingir que não me conhece, e não olhar pra mim somente essa noite (...) você atenderia meu pedido?
 Você é do tipo de cara que não me faz voar, você é do tipo que me prende no real, e apesar de isso ser ótimo ... é ruim tambem.
 Mas vamos fazer o seguinte, vamos deixar tudo pra depois, porque já faz tempo que a gente esta assim e eu estou precisando de um tempo pra mim. Depois que passarem os dias de sol, e ficar escuro de novo, a gente conversa e começa de novo, como sempre fazemos.
 Nós sempre acabamos voltando a ser 'nós' no fim da cena, e apesar de eu achar perda de tempo rever as historias, a nossa acaba tendo partes inéditas que eu me recuso a perder.
Só espera mais um pouco está bem? Me deixa escrever mais algumas coisas, e depois que o sol for embora, a gente termina essa conversa.