sábado, setembro 29

Escrevo

E se no teu corpo eu vejo folha em branco!
Me escrevo, escrevo as nossas falas, escrevo os nossos sorrisos, nossas frases, os sussuros (...) aquilo que você me falou no ouvido semana passada.

Eu escrevi uma música que começava em seus dedos, dançava em suas pernas, corria em seu peito, se aconchegava em seus ombros, dormia em suas costas, estava  entre seus braços, entre minhas pernas.

Que poema bonito aquele que eu escrevi em suas pálpebras, em seus olhos fechados! Eu escrevi nas tuas bochechas, eu desenhei, eu pintei.

Eu me escrevi em teu corpo todo, pelo simples fato de você ser meu, todo meu, cada pedaço, de cada sorriso á cada lágrima, de cada xícara de café pela amanhã a cada copo de cerveja no boteco a noite.
Eu me escrevi em você, pois você era a minha folha em branco, e eu acabei perdendo as contas de quantos corações tortos desenhei em suas costas, enquanto ofegantes sorríamos.

Hoje, se você esta com alguém, não a deixe apagar as palavras do teu corpo, não a deixe se sujar na tinta, eu não me importo com nenhuma merda que posso acontecer, comigo, ou com você, a única coisa que me importa aqui, são as palavras que eu escrevi.