sábado, julho 30

Certo. Errado.

Certo.
Então me defina certo
Você me diz: Contrário de errado.
O que é errado?
Não me diga que é o oposto de certo.
É certo matar?
Você me diz: Não.
Mas alguém ferido poderá me dizer: Sim.
Maltratar é certo? Não.
Mas, pra alguém pode ser certo.
E o errado? 
Machucar é errado? 
Talvez?
Certo e errado?
NÃO EXISTE.


Conclusão: Jamais  julgue uma pessoa por atitudes certas ou erradas. Seres individuais tem olhares individuais.

sábado, julho 16

Ela está gamadinha.

Diálogo entre duas amigas: 
apresentando: Amiga idiota que está gamadinha - AI
                      Amiga não compreensiva que quer ir embora do bar - AN

Estavam as duas sentadas, era fim da tarde. Na frente do bar, meio vazio, poucos carros passavam na rua:
AI - Naquela época eu estava meio mal sabe?! As coisas estavam meio foda, parecia que nada estava onde deveria estar, e eu estava sinceramente pensando em voltar pra casa da minha mãe.
AN - E o que aconteceu?
AI - Aconteceu que a gente se encontrou por aí, e eu fiquei com o pé atrás. Ele era meio estranho, e eu tinha prometido para as minhas amigas que não ia sair com ele.
AN - Você saiu, sua cara falar que vai fazer uma coisa e fazer outra.
AI - É, eu fui, daí fodeu.
AN - Como assim?
AI - Ah, eu estava lá, naquele momento frágil, sem saber o que fazer... tava na cara que eu ia me apegar a qualquer coisa que passasse na minha frente, fosse ele um homem, ou um cachorrinho sarnento.
AN - Tá, mas vocês saíram e você não contou nada pra ninguém. E depois?
AI - Depois eu cheguei com o cabelo molhado em casa, e não estava chovendo, então elas me perguntaram onde eu estava. Eu não sei mentir.
AN - Sua vaca, você deu bandeira. 
Elas riram.
AI - Eu sei.
AN - E você se apegou mesmo? Ta gamadinha nele?
AI - Não, não fala assim, eu não tô gamadinha, eu só me apeguei, não consigo não pensar nele, e não consigo não sentir falta!
AN - Você gosta dele néh?
AI - Putz, não fica fazendo essas perguntas, odeio elas.
AN - Você é idiota, isso sim.
AI - Eu sei (...)
AN - Tá, mas e agora? Como ficou? Elas descobriram, você admitiu, e depois?
AI - Depois elas começaram a me encher, elas falam que eu deveria tentar uma pessoa como eu, 'normal', pra variar.
AN- Você, normal?
AI - Ah, você me entendeu, cara normal... tipo, estudante, 22 anos, olhos claros, parou de fumar é 3 meses porque entendeu que fazia mal, só bebe na sexta e no sabado, passa o domingo assistindo filmes, usa camiseta passada e tênis adidas meio sujo, não totalmente sujo, tem carinha de bagunceiro mas na verdade nunca fez nada errado, só tem pinta de marginalzinho!
Elas riram, elas viviam rindo.
AN- Eu não conheço ele, então não posso dar opinião, mas seus olhos brilham um pouco mais quando você fala dele, e quando você menciona o nome dele, sorri sem perceber... sei lá, isso deve ser bom, não é?
AI - Não, isso é péssimo! Como assim fica estampado na minha cara que eu gosto de alguém?! Isso não deveria acontecer.
AN- Já fazia pelo menos 2 anos que eu não te via assim... desde aquele lá, aquele que usava moletom preto, e tava todos os dias naquele bar... qual era mesmo o nome dele?
AI - Não, eu não falo mais o nome dele, dá azar, deixa pra lá.
AN- Boba! Ta gamadinha, se fodeu.
AI - Não enche, eu to aqui te explicando a história e você fica me zoando, eu te odeio, da próxima vez escolho outra amiga pra contar.
AN- Termina logo de contar e vamos pra outro lugar porque aquele cara esta olhando pra cá e se ele vier aqui eu levanto e te deixo sozinha.
AI - Não dá pra terminar, a história não terminou ainda.
AN - Como não terminou ainda?
AI - Nós ainda estamos nos vendo, então não posso dizer que a história terminou, ela esta acontecendo agora!
AN - Mas e dai? Vai ficar com ele... vai parar?
AI - Eu não sei, não faz pergunta difícil.
AN - Você ta gamadinha, não vai dar o fora nele, não vai conseguir mais ficar com ninguem porque ele esta na sua cabeça, e você vai ficar procurando ele em outros caras, ai vai perceber que se não for ele, não vai ser mais ninguém, e eu vou ver a mesma história de novo.
AI - Pare, eu não estou gamadinha, só me apeguei, ele é legal.
AN- Sua idiota, você que pegue esse seu cartão de crédito viadinho, todo colorido, e pague a maldita conta que eu quero ir pra outro lugar.
AI - Não fala assim dele, ele é um bom cartão, ao contrario de você, que é um nojenta.
AN - O dia que você terminar essa sua história nova, eu pago a conta! Prometo.

Então elas foram para outro lugar.



segunda-feira, julho 4

Para aqueles olhos escuros.

Então olhos escuros, porque não sorriu para mim ontem?
Só porque eu fui pra casa mais cedo aquela noite? só porque eu não te espero mais?
Só porque as lagrimas secaram?
Meu querido de olhos escuros, não me olhe assim, você sabe que estou sempre aqui, você sabe que eu sempre volto. Não machuca o meu coraçãozinho com esse olhar atravessado. Vira teu olhar pra mim, olha bem dentro dos olhinhos castanhos que não mudaram, continuam os mesmos.
Se eu não te esperei, foi porque não tenho tempo de esperar. Sei que a culpa é minha, te acostumei mal, sempre te esperei, sempre fui quando gritou, sempre estive perto... mas naquela noite, não. O tempo já tinha passado, e a história já tinha mudado.
Olhos escuros, a história nunca acaba, e você precisa entender, você precisa escolher. Quer sorrir pra mim? Sabes que eu sempre vou sorrir pra ti, mas as vezes tenho que ir embora. Não espere mais que eu esteja sempre ali.
Sabe, são muitas palavras, são muitas histórias, muitos olhos. E apesar disso, olhos escuros, essas palavras são para você! Então não me diga que não te esperei, não me olhe com esses olhos tristes, porque enquanto as palavras forem para você, o sorriso também é teu.
Então olhos escuros, vai sorrir pra mim amanhã?