quinta-feira, novembro 19

Melodia!



Meus dedos passam pelas teclas do computador que para mim são como as do piano.
Componho minha melodia da forma mais simples e direta... com palavras.
Uma folha em branco é meu paraíso, uma folha em branco é um mundo escondido que tem ância por ser descoberto. É uma historia que não foi escrita, é um amor não desvendado, é uma tristeza que se esquece, é uma alegria que se relembra, é um mundo escondido que está a espera de um descobridor.
Não procuro a cura do câncer, ou da AIDS, não quero me gabar por ter descoberto uma nova formula milagrosa que dará a juventude eterna.
Apenas quero descobrir a folha em branco, contar a historia, criar a melodia, viver o que não foi vivido ainda.

terça-feira, novembro 17

Patético


E o amor próprio voltou. A última esperança de que desse certo havia sido jogada no lixo naquele fatídico fim de tarde. 

O processo de esquecimento havia começado, era a parte mais dificil da longa historia que ela havia vivido com ele.

Era um vício que tinha de ser deixado, era um sentimento que tinha de ser esquecido, era um pedaço que havia apodrecido e deveria ser arrancado antes que estragasse todo o resto. Não era fácil, nem um pouco fácil.
Resistir ás lembranças era algo que a pegava de surpresa, como controlar a mente quando ela insiste em te lembrar que ele estava lá, e o quanto era bom estar ao lado dele? 
Assistir á um filme, caminhar, escutar música, escrever ... se distrair com o que se tudo fazia aquela porra de mente lembrar dele?

Um lenhador imáginário com seu machado imaginário arrancou á fundo aquelas raízes que ele tinha deixado bem fixadas dentro dela ... 
Como se isso fosse possível. ela já tinha imaginado isso muitas vezes, logo após olhava para o espelho e dizia, agora ACABOU.
Pena que não conseguimos mentir para nós mesmos.

terça-feira, novembro 3

Personalidade perdida.

                                        Ultimamente ela se dividia em várias personalidades. 
Um dia ela era uma, no outro era aquela ... 
Não que ela achasse aquilo divertido, mais ela tinha uma pequena crise existencial. Que todo dia a fazia mudar um pouquinho, as vezes pra melhor e outras vezes para pior.
Mais aquilo não á abatia, ela atá gostava de seus 'alter-egos' que eram bons e maus, podendo passar de mocinhas á vilãs em questão de minutos. Era legal brincar com suas personalidades alternativas. Só que uma duvida pairava no ar, quem era ela? vai saber!
Ter tantas em uma só as vezes era complicado. Como se achar entre tantas?!
Ela acabava fazendo confusão, as vezes achava que era uma, depois tinha certeza que era a outra ... Isso quando não achava que 'ela' de verdade tinha enjoado dessa eterna mudança, acabando por deixa-la sozinha com seus personagens. E sem 'Ela' de verdade.
Fazer o que não é?! a gente acaba se acostumando com tudo mesmo"


segunda-feira, novembro 2

Amour Instantané II


'Ele estava lá com o cigarro entre os dedos, sentado em frente a janela, com seu bermudão jeans escuro, os cachinhos de seu cabelo balançavam com o vento e um meio sorriso nos labios.'
Essa era a visão que ela tinha da cama onde estava deitada, eram 4 da manhã, ela tinha acabado dormindo, ele não, pelo jeito estava lá, de frente com seus pensamentos, ela estava evitando se mexer, preferia ficar imóvel aproveitando a cena que tinha o prazer de presenciar, era dificil vê-lo assim tão sereno, não que ele fosse um cara muito agitado, mais era dificil vê-lo assim... daquele jeito 'diferente'.
-Durma mais, está cedo.
-Achei que você nem tinha percebido.
-Sua respiração muda quando está dormindo, você fica mais calma, quando acorda fica mais agitada, é uma mudança sutil, mais já consigo perceber esses detalhes.
Ele era fora do comum, as vezes ela se sentia em um daqueles sonhos surreais que ela costumava ter depois de um belo porre, daqueles que parecem durar a noite toda, mais que duraram apenas 1 minuto.
Ela se levanta calmamente, põe seus pés no tapete fofo e depois no chão gelado a caminho da janela, se senta ao lado dele sem dizer nada, queria ter poderes de ler pensamentos para saber o que se passava naquela cabeça agora.
Seus olhos se encontram e seu sorriso aumenta um pouco mais para o lado direito.
-As vezes os sentimentos tem um poder incrível de mudar o modo como você vê as coisas, como pensa na vida.
Ele tinha o poder de 'sorrir com os olhos'. Fazia tempo que ela não pensava realmente em Sentimentos.
-Pra isso que eles servem, pra fazer aquela odiosa revolução dentro de você, tudo vira uma bagunça quando eles se metem.
-Mais as vezes eles ajudam a arrumar o que era bagunçado, tudo depende do seu ponto de vista do 'antes e depois' dos sentimentos dentro de você.
-Ou eles podem 'arruinar' o que tem dentro de você.
Tudo bem que ela não parecia nem um pouco romantica contestando aquela bela visão de sentimentos que ele tinha, mais ela simplismente não conseguia, ou não queria, ver a parte bela da vida, pelo menos não ainda. Era um pouco cedo demais.
-Novamente a questão do ponto de vista, o sentimento de saudade pode fazer um filho procurar a mãe, o sentimento de culpa pode reatar relações interrompidas pelo tempo, já o sentimento de ódio sim pode acabar com alguem.
-O amor? o que o sentimento de amor faz?
Qual seria a opinião daquele filósofo de araque que ela encontrará a 2 meses num bar teria sobre o amor?
-O amor é o sentimento mais construtivo do universo, pois ele é a base de todas as relações humanas, mais ao mesmo tempo ele é o mais destrutivo, depende do modo como você escolhe usa-lo.
-E nós estamos usando ele agora?
Ela precisava saber.
-Sim, estamos.
Ela não gostava de respostas vagas vindas de um cara que falava o tempo todo, isso a deixava insegura, estava acostumada a ouivir suas intermináveis opiniões que as vezes até a deixavam cansada, mais naquele momento, alguma coisa dentro dela pedia uma explicação mais detalhada do que eles estavam fazendo desde o dia que haviam se conhecido.
Voltando a olhar pela janela ele continua.
-Nosso amor é um meio termo entre o saudável e o doente, seu wisky barato e meus cigarros fedorentos são um contraste com nossos lençois brancos, não que isso seja mesmo verdade, podemos dizer que é uma metáfora entre os nossos lados bons e ruins ... seremos um eterno meio termo.
Ela sorri e volta para cama.
Estava feliz em ser um meio termo.