domingo, maio 22

Tentando voltar

As vezes não é fácil, você cai tão fundo que não consegue encontrar o caminho de volta.
Depois da passar por momentos ruins com pessoas que eram/são importantes na minha vida, me encontrei em um empasse: O que fazer com o que sobrou?
Havia sobrado um espaço vazio, uma mágoa imensa, a culpa, as crises de ansiedade e a solidão. O que eu faço com isso?

O espaço vazio eu fui tentando preencher com preocupações sem o menor sentido, do tipo... e seu morrer e não terminar de ler todos os livros que comprei? Ou não conseguir decorar o apartamento que batalhei tanto pra comprar? Será que eu tenho algum problema de coração? Ou será que tenho câncer de mama? Estou com espasmos na bochecha, pode ser esclerose... Ou seja, enchi meu dia de preocupações sem fundamento pra ver se esquecia o que realmente acabava comigo, a mágoa.
A mágoa, que quando eu começava a superar, era desencadeada novamente por um email, uma ligação, ou um momento de stalker que, ativa a culpa. A culpa que ia fazendo eu me sentir a pior pessoa do mundo, a pessoa mais egoísta e mal caráter que já pisou nessa terrinha. E isso só fazia a crise de ansiedade piorar.
Eu tinha a sensação de que iria morrer, simplesmente isso, morrer. O meu coração acelerava, eu me sentia sem ar, eu decorei todos os sintomas de infarto e AVC que a internet podia me  mostrar. O que me deixava mais doente e louca.
E a solidão? eu tinha a certeza que depois disso todas es pessoas que eu amava iam se afastar de mim gradualmente até não sobrar mais ninguém com quem conversar.

Eu olhava ao redor e só via problemas, caixas de papelão na qual estavam guardadas as minhas tralhas e um cachorro, um cachorro que me fazia sair de casa e conversar com pessoas diariamente, (adote um cachorro, ele pode te ajudar mais do que você a ele!)

E o que eu fiz/estou tentando fazer?
Depois de ter certeza que ia morrer, e que estava ficando louca de pedra eu decidi que estava nas minhas mãos "tentar" fazer diferente.

Eu juntei as minhas nóias hipocondríacas e decidi transformá-las em uma promessa de nunca mais pesquisar sintomas como dor de cabeça e dor nas costas no Google pois os sites sempre te dirão que você esta tendo um infarto ou um AVC. Eu mudei minha alimentação para me sentir melhor e mais saudável, e de quebra emagreci uns 4 quilos, e olha que ainda estou pensando em ir visitar uma academia em breve.

Eu peguei a solidão e decidi tentar lidar com ela. Hoje eu vivo  com a minha irmã e um cachorro, mas mesmo assim tento aproveitar bem os meus momentos de solidão tentando ficar comigo mesma. Eu tento afastar o "eu-dependente que só se sente seguro com mais alguém bípede dentro de casa" para me aproximar do meu "eu-que gosta de passar o dia lendo e estudando para escrever textos interessantes que fazem eu me sentir mais útil e orgulhosa de mim mesma".

Eu tento transformar a mágoa e a culpa em leveza. Eu não me provoco mais e nem me deixo provocar, eu só me afasto do que não me faz bem, e tento lembrar de tudo que foi bom e de tudo que me fez feliz, eu tento guardar as lembranças boas e me esqueço dos acontecimentos que me colocaram aqui na frente do computador para externalizar o que eu senti/sinto.

Eu não posso voltar a ser a mesma pessoa que eu era antes de tudo acontecer, e não quero ser a pessoa que fui de uns tempos pra cá, então estou aos poucos juntando referências para me tornar a pessoa que eu quero ser daqui em diante.















sábado, agosto 16

A versão desatualizada de mim

Eu voltei para o meu lugar, para a minha antiga cama, meus antigos livros, meus antigos diários, minhas fotos antigas. Eu me encontrei lá mais uma vez. Eu me vi saindo de casa ao lado das minhas antigas amigas, e indo para aquela nem tão longa avenida de cidade pequena, onde todos os jovens da cidade se encontravam. Eu me vi lá, sorrindo e fingindo que prestava atenção no que os outros me falavam enquanto esperava que ele chegasse.
Eu assisti os meus olhos brilharem de uma forma que eu havia esquecido que eles poderiam brilhar, assim que ele chegou.
Eu olhei pra ele do alto dos meus 23 anos e pensei quais os motivos para que aquela versão desatualizada de mim, fosse capaz de fazer qualquer coisa sem pensar em consequências só para ficar ao dele.
E então eu vi ela se frustar e se reapaixonar por ele repetidas vezes em questão de minutos, e pensei na versatilidade que aquele coração tinha.
E então, enquanto me via ali, comecei a pensar em todos os caras iguais a ele, pelos quais eu me apaixonei nos últimos anos. Me surpreendi. Todos eram iguais a ele, em um ponto ou outro.

Me decepcionei comigo mesma ao perceber que desde os 15 anos estava amando o mesmo homem, em tantos outros.
Eu percebi que um tinha o cheiro dele, o outro tinha o mesmo olhar, o outro me chamava de "menina" também, e um outro tinha as mãos do mesmo tamanho que as dele, e aquele tinha as mesmas bochechas, a mesma barba...

E foi ai que eu me olhei novamente, e entendi o motivo dos olhos daquela versão tão desatualizada de mim brilharem tanto. Eu ainda era aquela versão desatualizada de mim.

quinta-feira, maio 1

A melhor fase, é essa...

fonte: http://waylandnz.tumblr.com/




A melhor fase é essa...
na qual o coração dispara, em que você sorri, em que você ama, adora.
Talvez seja só engano, só uma sensação idiota e momentânea, só um pedaço de um sonho no qual você acordou e tentou dormir de novo pra voltar a sonhar.
Talvez seja um nada, que preencha o espaço no peito e por um ínfimo momento, é tudo. Tudo que eu precisava!



terça-feira, janeiro 28

O resto da vida.



Eu comprei um tapete pra sala de estar, eu comprei plantas, eu comprei um jogo de panelas vermelhas e um lixo grande pra jogar os recicláveis da cozinha.
Eu pensei em como seria ter um filho.
Eu tentei me organizar!
Eu senti o gosto de como será o resto da minha vida.


domingo, março 17

Vou pegar um café


Um alguém, dentro de outro alguém.
Vou pegar um café, pra contar uma historia.

Um filme, o pedido de um beijo, uma boa conversa!
Um sofá laranja, com uma cerveja, cigarros e coca-cola. Eu realmente não liguei para as drogas.
Fiquei encantada, ele não tirava as mãos de mim, ele parecia ter necessidade de estar por perto, de estar junto, de estar comigo! Ganhou minha atenção.
A minha história de filme e casa, não deu certo.
Você mexeu nos meus cabelos, mexeu nos meus planos, eu não pude mais ir embora.
Você conquista pelo que é, guri. Você não precisa de mais nada pra conquistar alguém, só palavras.
E eu que adoro palavras, vi em você, algo diferente. Ganhou minha atenção.
Me senti mulher, me senti em você.
Eu só precisei fechar os olhos, você cuidou de mim.
Eu nunca mais vou estralar os dedos sem lembrar de você, você batendo em minhas mãos, enquanto eu estava em seu colo, me dizendo:  vai perder os dedos assim menina.
Uma camisa vermelha, uma noite longa, que ficou tão curta. Você me dizia que precisava saber mais sobre mim, eu era uma gracinha, uma menininha, e você adorava aquilo.

Meus cabelos cheiravam a cigarro, eu não liguei, suas mãos estavam em mim de novo, e eu não vou esquecer o seu rosto, os seus olhos, a sua boca!
Andar de braços dados com você, me fez esquecer o caminho de casa enquanto andávamos pelas ruas rindo, comendo chocolate, bebendo 'alcóol' e falando sobre a vida.
Guri, você me ganhou, com seu molho de macarrão e seu bife ao ponto, com seus carinhos, com os palavrões na hora do futebol.
Você me ganhou, assim que me ligou naquela tarde pra me acordar, você simplesmente, me ganhou.

Desperta o meu melhor e o meu pior, me tira e me devolve o sono, esconde os meus sorrisos e só me devolve na semana seguinte. Se acha no direito de entrar e sair de mim quando bem entende.
Me diz que sou a sua menininha, diz que não consegue me esperar, sou gostosinha demais, a guria mais linda do bar. Me deixa com a cerveja nas mãos e vai brincar de ser bom em alguma coisa! volta pra mim, quebrando copos e me beijando em público.
Depois daquela noite em que vi o por do sol na janela, que pedi pra você entrar em mim, me surpreendo com um outro você, uma outra eu. Me peguei pequena em sua mãos novamente, desejando, quase implorando, para que você não me deixasse nunca mais, para que suas mãos continuassem em minhas pernas eternamente. Me peguei rindo, falando demais, reclamando demais, criticando o mundo, bebendo todas as garrafas do bar.
Me assusto, a cada dia, me pareço mais com você.

E quando você me deixar?
Eu vou ter um texto seu, escrito por mim, pra eu lembrar... voltar a ser eu, sem as garrafas do bar, sem as mãos em mim, sem as drogas, sem a caminhada e o frio, sem o suor que me embaraça os cabelos. Me dá trabalho deixar de ser você! não me deixa deixar de ser eu e você, juntos, ao mesmo.
Mesmo que você não consiga me esperar! mesmo que eu seja a menina mais bonita do bar, só promete que vai ficar aqui dentro, e que vamos dormir assim essa noite

Gosto de sentir que existe algo mais, e que talvez, seja mais que uma noite... que sejam os dias em que andamos de mãos dadas, que me levou ao bar, que me apresentou aos amigos, que fumou aquele baseado enquanto eu estava de braço dados com um daqueles caras estranhos que você me apresenta.
Menino, to percebendo que você não vai mais caber em palavras se continuar assim. Vou acabar esquecendo de como te escreve, de como te conto ao mundo, e de como te escondo em mim.
E o que acontece quando eu fico longe?
Já descubro menino.
Acho um sarro ver teus amigos dizendo que você precisava mesmo de uma mulher inteligente, que se você não namorar comigo, eles namoram... eu sou cavalheira, pago a conta e ainda seguro o guarda-chuva pra não molhar o baseado. Se eu fosse você, casava logo comigo.

Porque eu simplesmente tremia, eu não conseguia me maquiar e eu me preocupei com todos os detalhes, eu queria que você me visse, eu queria os seus amigos dizendo o quanto eu era linda, eu queria você dizendo baixinho pra mim o quanto eu era bonita.
Eu não conseguia entender como alguém podia mexer tanto comigo, eu me sentia tão segura enquanto te abraçava, me sentia tão bem com as suas mãos em mim, quando você me cobria, me esquentava, me beijava na testa.
Eu acho realmente que eu quero que seu rosto seja a primeira coisa que eu veja ao acordar, e a ultima coisa que eu admire antes de dormir.

Me explica como faz pra brigar com um cara que me abraça a noite toda, que faz pizza pro almoço, que tenta me ensinar a jogar poker, que me cobre, que se preocupa.
Você me disse que podíamos ir embora a hora que eu quisesse.



sábado, dezembro 29

Espera!

E eu me sentei aqui e fiquei olhando as fotos.
Incrível como eu ainda fico com os pelos do braço arrepiados quando lembro que você existe, que ainda respiramos o mesmo ar.
Fazia tempo que eu não escrevia sabia?

Eu fiquei pensando "Se eu tivesse saído de casa ontem, se eu tivesse ido até lá, você estava me esperando?"
Será que eu ia enxergar a espera nos teus olhos?

Você continua lindo sabia? O tempo não passou pra você?
Sabe, acho que como diria Gessinger, eu envelheci 10 anos ou mais desde a última vez em que te encontrei na rua, que coloquei meus olhos em você no meio daquela multidão de pessoas que seguiam para casa, para o trabalho, para o bar, para a puta que os pariu... aquela tarde, em que eu apostei que te beijaria mas olhei pro lado bem na hora!

Sabe, se você me esperou aquela noite em que eu preferi ficar comigo, se você vai me esperar hoje, ou amanhã... ou semana que vem, eu quero que você saiba que eu continuo sua.


sábado, setembro 29

Escrevo

E se no teu corpo eu vejo folha em branco!
Me escrevo, escrevo as nossas falas, escrevo os nossos sorrisos, nossas frases, os sussuros (...) aquilo que você me falou no ouvido semana passada.

Eu escrevi uma música que começava em seus dedos, dançava em suas pernas, corria em seu peito, se aconchegava em seus ombros, dormia em suas costas, estava  entre seus braços, entre minhas pernas.

Que poema bonito aquele que eu escrevi em suas pálpebras, em seus olhos fechados! Eu escrevi nas tuas bochechas, eu desenhei, eu pintei.

Eu me escrevi em teu corpo todo, pelo simples fato de você ser meu, todo meu, cada pedaço, de cada sorriso á cada lágrima, de cada xícara de café pela amanhã a cada copo de cerveja no boteco a noite.
Eu me escrevi em você, pois você era a minha folha em branco, e eu acabei perdendo as contas de quantos corações tortos desenhei em suas costas, enquanto ofegantes sorríamos.

Hoje, se você esta com alguém, não a deixe apagar as palavras do teu corpo, não a deixe se sujar na tinta, eu não me importo com nenhuma merda que posso acontecer, comigo, ou com você, a única coisa que me importa aqui, são as palavras que eu escrevi.






sábado, junho 9

amor.

Emily's. Satis

 
   Amor, o que eu posso fazer se as suas mãos estão geladas? O que eu posso fazer se o meu peito não aperta mais quando você me diz que vai embora? O que eu posso fazer se quando você me aparece, o meu sorriso não ilumina mais?
    Ai amor, se você soubesse o quanto eu te amei não me olharia assim. Não faz o meu olho se encher d'água, não me diz que a culpa é minha, foi você que prometeu voltar aquela noite e não voltou, foi você quem me disse que o tempo passa e os sentimentos mudam. Foi você quem fez o acordo de que nós brincaríamos e daríamos a mais sinceras risadas enquanto o tempo nos desse tempo para sermos nós, e não eu & você
    Não deixei de te amar, ainda amo tudo, ainda amo te ver fazer o café da manhã, ainda amo o modo como você me olha quando eu desço as escadas, ainda amo acordar no meio da noite com o telefone tocando...mas o meu peito não aperta mais quando você me diz que vai embora.
    Amarei as lembranças enquanto elas existirem.



domingo, maio 13

Quanta bobagem


Vou colocar os meus pés no chão gelado sem as meias... vou pegar um resfriado!  Posso até morrer, mas antes vou abrir a cortina, só pra quando amanhecer, eu poder ver você amanhecendo.
Eu vou levantar bem devagar, só pra não te acordar, porque você não tem noção do quanto é lindo dormindo.
Eu quero ver o escurinho ficar claro gradativamente e cada parte do teu corpo se encher de luz, pra eu poder voltar a dormir pensando em como você pode ter sido feito assim... na medida certa pra encaixar em mim. 

Vou acordar quando você levantar devagar, devagar pra não me despertar. (Sem saber que eu vou acordar e fingir estar dormindo).

Eu vou ouvir seus passos indo até o sofá, teus movimentos colocando o moletom cinza, o fogão ligar, a água ferver, vou sentir o cheiro de café, e quando eu senti-lo, vou saber que logo logo você vai me acordar.
Você sempre deita de mansinho, me aperta, passa os dedos pelo meu rosto... dai eu me encolho, viro de lado, você beija meu pescoço e me diz pra acordar, mas não sem antes exaltar mil vezes a minha eterna preguiça.

Eu reclamo do frio, sempre quero ficar mais tempo na cama e as vezes você leva o café pra mim, eu gosto disso. Eu gosto de gostar disso, eu gosto de gostar de alguém, eu gosto de não precisar fingir um desamor por medo de que você não me ligue amanhã. Gosto do jeito que você me fez entender que se pode gostar de alguém.


Quanta bobagem!


arte by: Hope Gangloff



domingo, março 11

aleatoriedades.

esqueci das palavras que me martelaram a semana inteira, as palavras que queriam gritar da minha boca enquanto colocava meus fones de ouvido, ou enquanto fingia prestar atenção nas pessoas e internamente lembrava da primeira vez em que ele me ligou no dia seguinte, e da segunda e da terceira assim por diante por muito tempo.


fiquei lembrando de como foi bonito naquela época em que as chuvas e as pessoas não podiam nos atrapalhar, que o caminho mais longo era melhor porque teríamos mais tempo pra rir das pessoas e terminar as cervejas que compramos no posto de gasolina da esquina, aquele perto do ponto de ônibus.


fomos tão nós por tanto tempo que eu até me esqueci. 


mas eu esqueci das palavras que me martelavam a semana toda, não ando boa das memórias mesmo.


ultimamente só tenho lembrado dos olhos claros e do cabelo estranho, da música que me cantou no ouvido e esqueceu da letra, das paredes que contavam história, das sardas na bochecha, no jeito legal de pronunciar o meu nome, do jeito como consegue me confortar, do modo como consegue mexer comigo mesmo quando esta longe, das conversas de madrugada, do CD do Engenheiros do Hawaii, da esquina da casa dos meus pais, dos passeios de madrugada, da conversa na calçada, do assovio ás 1 da madruga... são todos aleatórios!






















são só coisas aleatórias