domingo, dezembro 25

e naquele lugar...

- Então me dá um toque amanhã, se você não for fazer nada.
ele escreveu no msn.
- Aham... dou sim.
ela respondeu sem firmeza.
- Não senti firmeza nisso.
- Eu não consigo passar muita firmeza.
era verdade.
- Vou lá, amanhã estou te esperando.
- Boa noite, se cuida.
ele saiu do msn.
ela ficou com as mãos na cabeça dentro do quarto escuro, iluminado apenas pela tela, ouvindo na orelha esquerda Chico Buarque e na direita o barulho da chuva que batia no telhado e caia no chão de cimento ao lado da janela. que merda era aquela? porque ela estava deixando aquilo acontecer de novo. ela não ia ligar.


no outro dia, esqueceu.


no outro, o telefone tocou. ela não atendeu.


no outro, o telefone tocou. ela de saco cheio, atendeu.
- Fiquei esperando a sua ligação.
ela percebeu.
- Desculpa, foram dias corridos.
- Estou passando ai na sua casa agora, vou buzinar 2 vezes.
a campainha da casa dela vivia estragada, e não tinha mínima condição de ele tocar a campainha barulhenta ás 11 da noite sem acordar a família que já dormia.
- Eu estou de pijama, descabelada, a gente se vê amanhã.
- Para com isso sua boba, eu não ligo, deve estar linda.
- Não, não estou.
- Tô passando aí.
ele desligou.
ela xingou a mãe dele, levantou, amarrou o cabelo, colocou uma calça e um casaco. maldito seja. foram as duas palavras que escaparam de sua boca quando ela escutou as buzinadas ritmadas em frente ao seu portão.
lá estava ele, o vidro aberto, o carro de portas destrancadas.
- Você esta linda, sua mentirosa.
ele disse sorrindo
- Oi, estava com saudades, tudo bem?
ela perguntou forçando o sorriso. mentindo, talvez!
-Sim, eu também estava com saudades, você anda escorregadia ultimamente, te convidei um monte de vezes pra ir me visitar na casa nova e você sempre desmarcando.
- Pra você ver, é que eu to bem ocupada, esse semestre foi puxado na faculdade e eu comecei a trabalhar, tô enrolada com as coisas.
era verdade.
- Vai ficar aqui até quando?
- Mais uma semana, e você?
- Eu também... mas então, vamos dar uma volta, beber alguma coisa, matar as saudades.
ele deu aquele sorriso.
- Melhor a gente deixar pra outro dia, esta tarde, eu nem avisei meus pais que ia sair.
- Vai ser rápido, eu já te trago de volta.
- Mas...
-Sem mas, vamos lá.
idiota.
ele deu a partida no carro, feliz.
ela virou o rosto e viu as arvores correrem lá fora, enjoada.
ele falava.
ela não ouvia, mas fazia movimentos afirmativos com a cabeça.
- Vamos parar em algum lugar, pra podermos matar as saudades direito, sozinhos.
- Não.
ela passou firmeza.
- Porque?
- Tô cansada, isso não dá certo, a gente sabe.
- Dá certo sim, eu gosto de você.
- Não, nem você, nem os outros.
ela olhou para as árvores paradas, ainda enjoada.
- Como assim nem eu sem os outros?
- A gente fica se enganando, a finge que esta tudo bem, que é só diversão e que lidamos bem com isso... mas não é assim cara, as vezes o jogo acaba!
- Não fala assim amor, você sabe que eu gosto de você, te conheço á um tempão, antes de tudo somos amigos, eu quero o teu bem.
- Então me leva pra casa, senta lá na minha cozinha e vamos tomar um café, você brinca com os meus cachorros e eu lavo a louça... Não é isso que você quer né? Não me ama a ponto de não me tocar.
mais enjoada, mais enjoada, ela se sentia idiota por estar naquele lugar de novo.
- Mas eu gosto de você, por isso preciso te tocar, ficar com você.
- Quero amar sem tocar!
consegue? (...)

sábado, dezembro 17

Vá menino.




Vá menino!
Eu já senti você nas mãos.
Agora pode ir, eu também já vou.
Eu já cantei baixinho, eu já chorei, já fiquei acordada, já xinguei, menti, fingi, eu já dei todos os sorrisos que seria capaz de dar, eu já falei demais.
Eu já senti o coração apertar e sumir.
Agora podemos ir.
Eu acho que vou abrir meus olhos, beber outra coisa, falar com outra pessoa, vou mudar de casa, de tênis, de mundo, vou ser alguém pra outro alguém.
Mas não pense que vou matar aquela com quem você viveu por algum tempo... eu só vou deixa-la pra depois... pois quem sabe um dia, apareça outro igual a você, então eu vou poder viver tudo isso de novo.
Mas agora, vá menino, a gente se vê por aí, um dia, quem sabe...

domingo, novembro 6

Me diz não.

Para com isso, eu já me machuquei o bastante.
Dá aquele passo que eu jamais vou ter coragem de dar, toma uma atitude, olha pra mim e diz que você não me quer mais, e que já vivemos o que tínhamos para viver juntos.
Eu nunca consigo te dizer não.
Eu nunca vou conseguir te dizer que não quero mais te ver.
Me deixa viver a minha vida, me deixa conhecer outros olhos, outros sorrisos, outras sensações.
Me livra do peso de ter que me despedir de você.
É só você me ligar, dizer que não vai poder mais vir me encontrar.
Eu nunca consigo te dizer não!
Então olha pra mim, e me diz 'não'. Me diz que não me quer mais, mas não me obrigue a te dizer não.

sábado, outubro 1

Meu último élo

Me deixa de olhos fechados só mais um pouquinho, é só disso que eu preciso agora.
Não precisa passar as mãos no meu rosto, nem fazer carinho no meu cabelo, só me deixa de olho fechado.
Não me faça enxergar, eu não quero mais.
Só me deixa ficar dentro de mim, e quando for entrar, faça sem me assustar, porque ultimamente está um silencio aqui. Eu precisava mesmo dormir.
Eu só queria sentir os mesmos cheiros, os mesmos gostos, eu não queria nada diferente,só dessa vez, eu queria tudo igual.
Não precisa falar nada, prefiro que não fale, só escute, sinta, me deixa ver no teu olho que eu vou entender.
Não tenho mais visto as pessoas, não tenho mais reconhecido rostos, aos poucos foi tudo se apagando e eu fui vivendo tão pra mim, tão pra dentro, que ninguém mais me tocou.
Somente atue, seja aquele personagem coadjuvante (sempre muito importante) na minha história, não precisa me mostrar a realidade, porque eu tenho vivido muito bem sem ela, apenas esteja ali, alimentando as minhas palavras, me fazendo sentir.
Acho que se você se for, eu perco meu último élo de contato com todo o resto, se você sair sem me acordar amanhã, eu não vou mais acordar.


sábado, setembro 17

fim da página.

Com você eu apaguei um dia. Ignorei o mundo por horas. Transformei meu sol em lua só pra poder enxergar como você é lindo de olhos fechados, de rosto avermelhado, tão quieto, tão meu, tão em mim. Apaguei um dia pra poder entender como você cabe tão perfeitamente no meu peito.
Eu fiquei tão quieta, só pra poder ouvir seu coração acelerado, sua respiração mudar, eu fiquei tão diferente de mim. Eu só fiquei lá, sentindo o tempo passar, sem saber que ele passava, sem saber se queria que ele passasse.
Foi tudo por uma lágrima que eu deixei cair no teu ombro, foi tudo pra poder ficar em você, só pra fazer você entender porque é pra mim que você acaba vindo no fim da página.

sábado, setembro 10

coração na mão

Se o coração não bate mais no peito, ele só pode estar nas mãos. Nas minhas não estão.
Isso sempre vai ser um problema.

sábado, agosto 27

Aquela mancha na parede.

Desculpa se eu atirei aquele copo na parede, e se ela ficou manchada, e se os cacos foram difíceis de tirar do tapete. Mas você tem que me entender, eu não sou só um pedaço de carne.
Lembra aquele dia que eu me gabei dizendo que nunca chorava, por nada?! Desculpa, eu menti.
Eu vi a sua cara de desespero quando eu comecei a chorar, e quando eu comecei a chorar ainda mais depois de você tentar me abraçar... mas você devia entender, qualquer contato com algo que não fosse 'meu' naquele momento, só pioraria a situação.
Não sou boa nesse negócio de ir embora, nunca fui e nunca vou ser.
Eu minto, nem tudo que eu te disse foi verdade. Eu não senti tudo aquilo, e muitas vezes eu fingi não sentir nada.

Me desculpa se eu fiz algum plano, se eu esperei que você ligasse, se eu esperei que você mudasse. É que quando você disse que queria ficar comigo de verdade... eu acreditei.
Eu não queria ser a pessoa que sorri do nada por lembrar de algo que você fez ou disse, eu não queria ser a pessoa que dorme com as pernas em cima de você, eu não queria ser a pessoa que fez o café antes de te obrigar a levantar da cama, que te faz carinho de madrugada, que te abraça com o corpo todo.
A culpa é minha, eu sou idiota, eu só finjo que não espero nada de você, quando na verdade eu me submeti a tudo aquilo por acreditar que daria certo. Mas admita a sua parcela de culpa, foi você que apareceu na minha porta as 3 da manhã dizendo que queria que eu ficasse, que não queria me ver com ninguém... que sentia falta até das coisas que te irritavam em mim.

Vai ficar puto comigo mais uma vez depois que ver que eu continuo com a mesma mania de escrever, vai começar a pensar se aquelas coisas que eu escrevi mês passado foram de verdade, vai sentir ciumes e vai me fazer rir de novo. Vai me chamar de louca, eu vou jogar outro copo na parede. Ai então você vai me ligar no outro dia, e vai pedir eu ir até ai porque a mancha não sai e toda vez que você olha pra parede, lembra de mim. Você sabe que eu sou preguiçosa, um tanto manhosa, indecisa demais, apaixonada demais, por tudo e por todos. Eu me apego a pessoas, a situações, a palavras, músicas... tudo.

Só que dessa vez, quando você me chamar, eu não vou.
Porque eu já estou indo embora, e você não sabe mais me  segurar, ou talvez eu já esteja presa á outro lugar. Sei lá, eu só vou ficar longe até as coisas acalmarem.
                                                                                                                                                                         
                                                                                                                                                  Pic: http://brianmviveros.com/ vale a pena ver.

sábado, agosto 13

O homem da minha vida

És o homem da minha vida.
Em teus braços que pequena dormi, tú que me seguraste com carinho, cuidado, um pouco de medo, pai de primeira viagem, não vais esmagar a criança que chora a todo momento. Desejaste um menino que eu sei, mamãe já me contou, mas acabei por vir menina, desde que nasci tu percebeste... era mesmo a minha função contrariar-te.

Mas não me contradiga, sei que te conquistei desde a primeira vez que apertei teu dedo com a frágil mãozinha de menina boba, que tinha medo de trovões, de insetos e de ficar só. Medos sem sentido, hoje vejo que você jamais me abandonaria, jamais me deixaria só num banco de praça, dentro do ônibus, ou na porta do bar, naqueles dias em que parávamos para que tu tomasse sua cervejinha, enquanto a menina brincava nas mesas e se entupia de salgadinhos.

Há pai, eu lembro muito bem das noites com o violão, de você cantando, de nós, só nós dois, nós e as cócegas, da mãe que gritava a anunciar que o jantar estava na mesa. E todas as vezes em que eu fiquei mal, em que eu chorei, em que você não dormiu, em que você se preocupou, em que você só pensou em mim.
Pai, a gente cresce, é inevitável.
Sei que não me seguras mais, porém, eu ainda me encaixo bem no teus braços, no teu abraço, e pra esses braços, que eu vou voltar todas as vezes que esse mundo mau me machucar. Pai, eu sei que te causo mil problemas, mil preocupações, mas é a minha função, sou filha!
Ha pai, é tão mais fácil escrever, tão mais fácil que falar ou demonstrar... porque se eu fosse falar, ia me embaralhar, eu sempre me embaralho.
Pai, eu te amo, e você sabe disso, sempre soube, e sempre vai saber.

sábado, agosto 6

Um retrato meu.

Me ensina como faz pra esquecer?
Como faz pra esquecer aquele dia em que você apareceu do nada e bagunçou todos os meus planos?!
E pra esquecer aquela noite em que você me pediu pra ficar?! E todas as outras noites em que eu fiquei?!
E os dias em que você se recusou a me deixar ir?!
Como faz pra esquecer todas as merdas que a gente falou depois de beber demais?!
E aquela noite na qual você apareceu só pra me dar um beijo de despedida?! Eu chorei assim que fechei a porta.
Como faz pra esquecer o gosto de café e cigarro que eu não encontrei em mais ninguém?!
E pra esquecer os momentos em que eu escrevia em você o meu nome só pra te dizer "você é meu, meu nome está em você" e depois rir do meu mais sincero costume infantil?! (eu realmente acreditava naquilo)
E pra esquecer dos dias que te esperei?
Como faz pra esquecer os carinhos que ninguém mais sabe fazer, além de você?!
Pelo amor de Deus menino, você não devia ter feito isso comigo, não devia ter me dado tanto, não pode me tirar tudo o que me deu!
Só me ensina como faz pra não sentir falta.
Como faz pra esquecer teu nome?
Como faz pra esquecer todas as sensações que eu sinto com você, se eu ainda dou risada sem querer quando penso em nós dois?!
Antes de ir, me ensina como faz, ou se não, será obrigado a ficar.

sábado, julho 30

Certo. Errado.

Certo.
Então me defina certo
Você me diz: Contrário de errado.
O que é errado?
Não me diga que é o oposto de certo.
É certo matar?
Você me diz: Não.
Mas alguém ferido poderá me dizer: Sim.
Maltratar é certo? Não.
Mas, pra alguém pode ser certo.
E o errado? 
Machucar é errado? 
Talvez?
Certo e errado?
NÃO EXISTE.


Conclusão: Jamais  julgue uma pessoa por atitudes certas ou erradas. Seres individuais tem olhares individuais.

sábado, julho 16

Ela está gamadinha.

Diálogo entre duas amigas: 
apresentando: Amiga idiota que está gamadinha - AI
                      Amiga não compreensiva que quer ir embora do bar - AN

Estavam as duas sentadas, era fim da tarde. Na frente do bar, meio vazio, poucos carros passavam na rua:
AI - Naquela época eu estava meio mal sabe?! As coisas estavam meio foda, parecia que nada estava onde deveria estar, e eu estava sinceramente pensando em voltar pra casa da minha mãe.
AN - E o que aconteceu?
AI - Aconteceu que a gente se encontrou por aí, e eu fiquei com o pé atrás. Ele era meio estranho, e eu tinha prometido para as minhas amigas que não ia sair com ele.
AN - Você saiu, sua cara falar que vai fazer uma coisa e fazer outra.
AI - É, eu fui, daí fodeu.
AN - Como assim?
AI - Ah, eu estava lá, naquele momento frágil, sem saber o que fazer... tava na cara que eu ia me apegar a qualquer coisa que passasse na minha frente, fosse ele um homem, ou um cachorrinho sarnento.
AN - Tá, mas vocês saíram e você não contou nada pra ninguém. E depois?
AI - Depois eu cheguei com o cabelo molhado em casa, e não estava chovendo, então elas me perguntaram onde eu estava. Eu não sei mentir.
AN - Sua vaca, você deu bandeira. 
Elas riram.
AI - Eu sei.
AN - E você se apegou mesmo? Ta gamadinha nele?
AI - Não, não fala assim, eu não tô gamadinha, eu só me apeguei, não consigo não pensar nele, e não consigo não sentir falta!
AN - Você gosta dele néh?
AI - Putz, não fica fazendo essas perguntas, odeio elas.
AN - Você é idiota, isso sim.
AI - Eu sei (...)
AN - Tá, mas e agora? Como ficou? Elas descobriram, você admitiu, e depois?
AI - Depois elas começaram a me encher, elas falam que eu deveria tentar uma pessoa como eu, 'normal', pra variar.
AN- Você, normal?
AI - Ah, você me entendeu, cara normal... tipo, estudante, 22 anos, olhos claros, parou de fumar é 3 meses porque entendeu que fazia mal, só bebe na sexta e no sabado, passa o domingo assistindo filmes, usa camiseta passada e tênis adidas meio sujo, não totalmente sujo, tem carinha de bagunceiro mas na verdade nunca fez nada errado, só tem pinta de marginalzinho!
Elas riram, elas viviam rindo.
AN- Eu não conheço ele, então não posso dar opinião, mas seus olhos brilham um pouco mais quando você fala dele, e quando você menciona o nome dele, sorri sem perceber... sei lá, isso deve ser bom, não é?
AI - Não, isso é péssimo! Como assim fica estampado na minha cara que eu gosto de alguém?! Isso não deveria acontecer.
AN- Já fazia pelo menos 2 anos que eu não te via assim... desde aquele lá, aquele que usava moletom preto, e tava todos os dias naquele bar... qual era mesmo o nome dele?
AI - Não, eu não falo mais o nome dele, dá azar, deixa pra lá.
AN- Boba! Ta gamadinha, se fodeu.
AI - Não enche, eu to aqui te explicando a história e você fica me zoando, eu te odeio, da próxima vez escolho outra amiga pra contar.
AN- Termina logo de contar e vamos pra outro lugar porque aquele cara esta olhando pra cá e se ele vier aqui eu levanto e te deixo sozinha.
AI - Não dá pra terminar, a história não terminou ainda.
AN - Como não terminou ainda?
AI - Nós ainda estamos nos vendo, então não posso dizer que a história terminou, ela esta acontecendo agora!
AN - Mas e dai? Vai ficar com ele... vai parar?
AI - Eu não sei, não faz pergunta difícil.
AN - Você ta gamadinha, não vai dar o fora nele, não vai conseguir mais ficar com ninguem porque ele esta na sua cabeça, e você vai ficar procurando ele em outros caras, ai vai perceber que se não for ele, não vai ser mais ninguém, e eu vou ver a mesma história de novo.
AI - Pare, eu não estou gamadinha, só me apeguei, ele é legal.
AN- Sua idiota, você que pegue esse seu cartão de crédito viadinho, todo colorido, e pague a maldita conta que eu quero ir pra outro lugar.
AI - Não fala assim dele, ele é um bom cartão, ao contrario de você, que é um nojenta.
AN - O dia que você terminar essa sua história nova, eu pago a conta! Prometo.

Então elas foram para outro lugar.



segunda-feira, julho 4

Para aqueles olhos escuros.

Então olhos escuros, porque não sorriu para mim ontem?
Só porque eu fui pra casa mais cedo aquela noite? só porque eu não te espero mais?
Só porque as lagrimas secaram?
Meu querido de olhos escuros, não me olhe assim, você sabe que estou sempre aqui, você sabe que eu sempre volto. Não machuca o meu coraçãozinho com esse olhar atravessado. Vira teu olhar pra mim, olha bem dentro dos olhinhos castanhos que não mudaram, continuam os mesmos.
Se eu não te esperei, foi porque não tenho tempo de esperar. Sei que a culpa é minha, te acostumei mal, sempre te esperei, sempre fui quando gritou, sempre estive perto... mas naquela noite, não. O tempo já tinha passado, e a história já tinha mudado.
Olhos escuros, a história nunca acaba, e você precisa entender, você precisa escolher. Quer sorrir pra mim? Sabes que eu sempre vou sorrir pra ti, mas as vezes tenho que ir embora. Não espere mais que eu esteja sempre ali.
Sabe, são muitas palavras, são muitas histórias, muitos olhos. E apesar disso, olhos escuros, essas palavras são para você! Então não me diga que não te esperei, não me olhe com esses olhos tristes, porque enquanto as palavras forem para você, o sorriso também é teu.
Então olhos escuros, vai sorrir pra mim amanhã?

quinta-feira, junho 23

São todos, ou apenas um!

Um some, e aparece quando meu sono chega só pra me fazer rir, me contar histórias e me obrigar a dormir tarde, nesse eu não toco mais. Só que isso, é detalhe.
Um quer me comprar com carinho, me faz querer estar com ele, e mesmo que eu não queira, me faz pensar no assunto... quem sabe eu queira na semana que vem.
Um me toca com amor, passa os dedos entre os meus cabelos pra me fazer dormir, me acorda com beijos e mesmo me machucando as vezes, sabe que eu vou atender o telefone a qualquer hora.
Um me faz chorar, porque é idiota, e homens idiotas me fazem chorar.
Um vai me dar o mundo de presente assim que eu tiver coragem de esquecer que o resto do mundo existe.
Um me tira o chão, me tira o ar, me dá uma cerveja e as melhores sensações que já tive na vida. E apesar de ele não estar lá quando eu preciso, sempre vai ter um espaço.
Um é pra casar, quer ser o único, quer fechar meus olhos, é tão bonitinho... há se eu pudesse fechar os olhos, casaria com ele.
Um me faz ficar sem graça, e ao mesmo tempo, me faz perder a vergonha.
Um me fez perder o sono, a fome, me deu os piores sentimentos. Mas me ensinou tanto, que não posso nem por um momento pensar em sentir algo ruim em relação a ele. Ainda dou um sorriso nostálgico todas as vezes que nos encontramos, só pelas histórias.
Um me deu uma das coisas mais importantes da minha vida, as palavras, mas nem sonha com isso, está drogado demais para entender qualquer coisa.
Um me faz sentir menina, pega na minha mão e me leva por aí, cuida de mim. Como eu amo isso.
Um me faz sentir mulher, pega na minha mão e me leva pra casa, me bagunça, fala coisas em meus ouvidos... eu ainda escuto a voz todas as noites quando vou dormir.
Um não me fez sentir nada, mas quer fazer, vai fazer.
Um é o primeiro, quer ser o último.
Um diz que me ama, que sente ciumes, me faz perguntas, quer saber se tenho outro cara! Eu sempre digo que não, nunca tenho outro.
Eu poderia escrever sobre todos, mesmo que ele fosse apenas um.

domingo, junho 12

A mulher mais bonita do bar.

Tem gosto de café.
Desperta o meu melhor e o meu pior, me tira e me devolve o sono, esconde o meu sorriso e só me devolve na semana seguinte. Se acha no direito de entrar e sair de mim quando bem entende. Tudo bem, eu aceito tudo isso, com a condição de que suas mãos continuem em minhas pernas enquanto ficamos em silêncio, apenas respirando o ar quentinho, esquecendo de lembrar das coisas importantes.
Me disse que eu era a mulher mais bonita do bar, enquanto eu me pegava bebendo todas as garrafas, rindo alto,  esquecendo o caminho de casa, enquanto tropeçávamos nas pedras soltas da rua (me pego pensando, se na verdade, não eramos nós que andávamos soltos demais).
Segura mais uma vez em meus braços, enquanto eu pego o casaco e não me deixa ir, diz novamente que vamos ficar ali pra sempre, que não vai me deixar levantar, me dê aqueles beijinhos pelo rosto todo na hora em que o sol entrar pela janela, e eu prometo que ficarei para sempre.

terça-feira, maio 31

Mais uma vez.

Enquanto eu colocava minhas meias, último passo para irmos embora, ele deitou no meu colo dizendo "espera mais um pouco".
Esperei.
Eu vi o sol se por naquela tarde, em silêncio, eu sentia uma lágrima correr pelo cantinho do olho direito.
Não.
Eu não estava chorando.
Eu só estava em silêncio, pensando, sentindo.
Mais um beijo.
Mais uma vez, eu pedi, eu precisava.
Só mais algumas palavras e sorrisos jogados pelo ar frio, pelo início da noite gelada.
Só mais alguns passos me separam de casa.
Eu não quero mais dar passos, só queria ficar.

Dia 29.

- Eu te amo.
Confesso que meu peito tremeu. Ele só podia estar brincando.
- Eu também te amo.
O que mais eu poderia dizer?
- Não, eu te amo, eu estou falando sério.
- Eu também estou, você é meu amigo, me sinto bem com você.
- Como mulher, não como amiga. Eu acho que se aquelas coisas não tivessem acontecido, poderíamos estar juntos, talvez não namorando, mas juntos.
- Brigaríamos demais, e isso seria engraçado, mas teria sido legal.
Eu realmente acreditava que teria sido legal.
- Eu tenho ciúme, não gosto de pensar em você com algum cara, não queria ninguém com você.
- Eu também tenho ciúmes, mas vamos ter que conviver com isso.

Eu só queria lembrar, eu só queria saber como teria sido!

quarta-feira, maio 18

vivendo mais'

Tenho ficado muito tempo parada, olhando pro nada, sem escutar ninguém.
Tenho vivido muito pouco a realidade.
Tenho andado demais com os pés fora do chão.
Tenho passado muito tempo no claro.
Tenho visto cores demais no mundo.
Tenho falado pouco.
Tenho escrito várias páginas.
Tenho dormido muito, depois de dormir pouco.
Tenho dito nomes diferentes.
Tenho contado histórias que não são minhas, onde me vejo coadjuvante.
Tenho parado pouco pra pensar, estou pensando muito menos.
Tenho me visto, de um jeito diferente.
Tenho sonhado mais (inclusive acordada)
Tenho me importado menos.
Acho que ando vivendo mais.

sexta-feira, maio 6

Pequena nas mãos dele.

Pela primeira vez em anos, vi o quanto sou pequena nas mãos dele.
Senti uma sensação estranha quando ele pegou a minha mão, brincou entre meus dedos, e eu me deparei com o fato, de que eu podia me encaixar dentro das mãos de alguem.
Como eu posso ser assim tão pequena?
Aquela cena ficou em mim.
Me senti segura, por algumas horas, ví que nada podia me acontecer, porque quando ele estava com as mãos em mim, eu podia me esconder, ele me escondia.
Tão grande, e tão pequena! Ele me ensinou isso.

terça-feira, abril 26

Tenho. Tivemos. Motivos.

Te tenho nem tão perto, nem tão longe!
Te tenho na medida certa, se isso for possível ... se a medida existir.
Te amo aqui, com as mãos em mim, com o cabelo bagunçado, com a bronca por rir alto, com as mordidas nas bochechas, com a promessa de que amanhã vai estar nublado, 
Te odeio lá, com a espera no peito, com o espaço vazio, com o tempo livre, com o mundo nas mãos, a porta aberta, as pessoas que vem e vão.
Te seguraria nas mãos, porem você não cabe aqui!
Te seguraria no coração...não, agora não.
Te seguro dentro de mim, pois gostamos assim.
Te perco todos os dias, te ganho todas as noites. Na medida certa.
Te encontro naquele universo paralelo, naquele som nos ouvidos, naquele cheiro, naquela sensação.
Te tenho agora, aqui, do lado.
Amanhã?
Tenho o verbo TER, até quando tivermos, motivos pra ter.

segunda-feira, abril 4

Gosto desse.

Eu gosto do azul da unha, e do preto nos olhos.
A madrugada não me engana, ela mostra o que o dia tá me escondendo.
Sozinha é tão mais fácil! Não cuido mais de ninguem.
Alguem cuida de mim?
Já é tarde, e isso não importa ... porque eu estou com aquele gosto amargo na garganta, mais docinho na lingua.
Faz tempo que eu não sinto o cheiro do café de manhã! A voz de alguem que grita na porta do quarto: "Levanta menina, tem que começar a dormir mais cedo. Assim perde o dia"
-Não mãe, eu não perco o dia, eu tô ganhando a noite.
Acho que amanhã, vou mudar alguma coisa! Vou ser mais uma pra minha coleção!
Se eu pudesse, tivesse tempo, mudaria todo o dia, seria uma a cada dia. Porque assim, uma esquece os problemas da outra ... e assim por diante, não me lembro mais de nada!

sexta-feira, março 25

Diálogo.

3 dias atrás em algum lugar da cidade.
- Você esta apaixonada por mim?
- Não.
Ela respondeu sem nem ao menos pensar por um único segundo.
- Porque?
- Eu estou com muita coisa pra fazer, tenho uns 5 livros pra ler até o fim do semestre, tenho que escrever um artigo, estou tentando me dedicar mais a minha familia, aos meus amigos e a mim mesma. Entende?
- Tá, eu sei, mas isso não importa, sentimento é uma coisa que você não controla.
- Controla sim.
- Não controla.
- Eu controlo os meus.
Ela sorriu e fechou os olhos.
- Você nem parece uma menina, as meninas deveriam ser mais sensíveis e românticas sabia?
- Eu cansei de ser assim, nossas mães e amigas nos ensinam errado, dizem que se um cara não te liga no dia seguinte, é porque ele perdeu teu numero, e se ele não te atende, é porque estava ocupado, mesmo que você tenha ligado 3 vezes, elas nem ao menos acreditam nisso, mas dizem para nos poupar do sofrimento que é admitir que o cara não esta a fim. Os caras pegam o telefone das meninas por educação, ou porque quererem se livrar delas logo dizendo que estão indo, só pra sair e pegar aquela outra que esta dando mole. Eles não ligam depois, eles nem lembram o nome dela depois.
- Nem todos os caras são assim.
- Nem todas as meninas são sensíveis e românticas.
- Você tem que parar com isso, não combina com você! Tú tens essa carinha de menina inteligente, que é sempre boa com todo mundo, passa cola na prova, conversa até com cachorro sarnento na rua. As vezes até faz aquela cara de enjoada, mais mesmo assim, a enjoada mais companheira que eu já ví.
- Não adianta falar assim.
- O que á de tão ruim em se apaixonar por mim? Eu sou uma criatura tão odiavel?
- Eu gosto do jeito como você fala comigo, como você não me poupa das coisas que podem me deixar triste, como você me conta historias sem sentido todo animadinho. Essa tua mania de sumir as vezes me deixa maluca, e isso não é ruim, porque eu gosto de sentir saudades, de sentir inegurança, por que isso me faz sentir mais viva.
- E mesmo assim, você não se apaixona por mim.
- Você é totalmente apaixonante, e se eu baixar a guarda, me apaixonaria por você naquele mesmo instante.
- Então porque você não baixa a guarda?
- (...)
- Não sabe, não é?
Ele deu aquele sorriso matador de menininhas indefesas.
- Não consigo mais, não posso ser de alguem, só posso ser minha.
- Ser egoista é ruim, você deveria se dividir com alguem, poderia ser comigo. Eu saberia cuidar bem da minha parte, de você.
- Se fosse tão facil assim ...
- Vou te ensinar a ser minha, você vai ver.
- (...)

Foi mais ou menos assim!

quarta-feira, março 16

Eu não usei.

Saudades do frio na barriga, daquele DVD do Engenheiros do Hawaii que riscou de tanto dar ‘repeat’ nas musicas que eu escutei com você, o Gessinger fez muito sentido em tudo que falou durante aqueles dias. Da época em que você não estragava tudo com essa odiosa mania de estar sempre com cara de quem foi decepcionado por alguem.
Saudades daquela estranha sensação de que tudo podia dar errado, sendo que não havia nada certo para dar. Das noites em que eu voltei pra casa sorrindo como uma idiota e dormia com a sensação de que o amor existia, que o mundo era lindo, que você era meu. Saudades do sentimento, das lagrimas com soluços, de achar que esta amando.
Pena que não podia declarar direitos de propriedade sobre você!
Pena? não! que idiotice. Afinal de contas, quando a gente percebesse que não nos encaixávamos, eu não ia saber aonde te colocar e eu tenho a mania de guardar coisas velhas achando que vou usa-las um dia. Não usei.
Eu sei que você ia ficar bravo com o termo ‘usar’ mas não foi no sentido ‘ruim’ da coisa. Foi tudo bem bonitinho enquanto durou, mas você não me aguentaria reclamar do mundo, e eu não aguentaria o seu sono, o seu jeito sempre racional de ver as coisas acontecerem, sem se mexer, sem gritar por nada!
Mas esta guardado, ainda esta naquele DVD do Gessinger, ainda esta do lado da minha casa, esta nas fotos, está no dia 12 de novembro! Vamos rir, toda vez que nos encontrarmos, eu sei.


domingo, março 13

Punição.

'Não faça nenhum bobagem, estude, seja uma boa menina e volte cedo para casa. Fale como uma dama e não de boca cheia, respeite os mais velhos, seja simpatica com as crianças, não xingue a sua tia, diga que a sua avó está linda com aquele vestido. Brinque com o seu primo, dê banho no cão, não coloque a sujeira embaixo do tapete. Leia aquele livro, não assista aquele filme. Não me diga que você esta namorando aquele cara de brincos e com o cabelo estranho. Você merece coisa melhor. Essa roupa não esta muito curta? Seu cabelo fica melhor castanho, esse esmalte chama muita atenção. Já são 3 da manhã, onde você está? Vocês são só amigos não é? Não fale palavrão, eu odeio tatuagem você sabe disso. Que musica horrivel, abaixe esse som, esse filme é estranho, vamos assistir outro. Aquele seu amigo que veio aqui ontem tem cara de drogado. Venha para casa nas férias. Acorde, já é tarde, ninguem mandou você ir dormir ás 6; venha tomar café com a sua familia. Pare de  tomar café o dia todo, isso faz mal. Você chegou em casa bêbada ontem, não foi? Fale para aqueles seus amigos falarem mais baixo, vocês vão irritar os vizinhos. Você vai dormir na casa dela de novo? Todo fim de semana é a mesma coisa.'

E qual a punição?

quinta-feira, março 10

A arvorezinha.

 Não é impressão minha, aquela arvore que meu pai plantou quando eu tinha 7 anos já esta ficando bem grandinha lá no quintal.
 As minhas amigas não sentam mais comigo na frente de casa pra falar do carinha bonito da 8ª série, e meus finais de semana não são passados na rua jogando vôlei, ou comendo a comida da minha avó no sitio.
 Eu não estou mais pensando em o que vou ser quando crescer.
 Nenhum cara foi na minha casa pedir pro meu pai, pra sair comigo, e o baile de formatura no colegial não teve tanta graça.
 Eu fui obrigada a fazer muita coisa que não quis, deixei de fazer muita coisa que quis fazer.
 Acabei vivendo em função de pessoas que não valiam a pena, e vivi sem pessoas que eu acreditava serem necessárias para continuar a viver.
 Não esta acontecendo como eu imaginava que ia ser.
 As coisas são fáceis ... fáceis de lembrar, fáceis de escrever! Dificil mesmo é parar pra sentir o que esta mudando.
 E não é que aquela arvorezinha cresceu mesmo?
 E não é que eu parei mesmo de pensar no que vou ser quando crescer?!

domingo, março 6

É carnaval, e chove.

 Carnaval chuvoso, frio (...)
 Toda aquela beleza do cabelo arrumado e da maquiagem bem feita iam escorrendo pela rua, por caminhos que eu nem imagino quais sejam.
 Chega uma hora em que você simplesmente cansa! Então, estava cansada.
 Toda aquela animação, todas aquela pessoas se pegando, nada daquilo estava fazendo bem, o cheiro de cerveja já estava enjoando.
 Os passos até em casa pareciam longos demais.
 Mas aquele toque no ombro, e o frio na barriga, fizeram a chuva parar. Aqueles pequenos olhos escuros que sorriam me fizeram lembrar dos carnavais passados.
 Os passos até em casa não pareciam mais tão longos, e a opção de fazer o caminho mais cumprido, sempre parecia melhor quando a sugestão vinha da voz que falava pausadamente. Sem pressa para nada, com todo o tempo de mundo para me esperar.
 A chuva voltou, mas ninguem se importou.
 Não era para estarmos alí, mais como voce mesmo diz, 'Pequena, nós sempre acabamos estando no lugar certo', e aquela, não era a hora errada.
 Por mais que o tempo passe, acabamos mais uma noite sentados na calçada suja e molhada, rindo das suas historias bobas, dos meus planos infalíveis, das noites passadas e das noites que virão.
 Enquanto você desenhava meu rosto com a ponta dos dedos eu me perguntava porque só era bom assim, quando ficamos tanto tempo longe, mas a resposta não apareceu ainda.
 E então, a madrugada que costuma demorar pra passar, amanheceu rapido demais. O meu carnaval, acabou mais uma vez eu e você.
 Então, vamos dar bom dia, porque esta na hora de dormir, e amanhã? Não sei se vai chover, mais frio não vai estar.
 No fim das contas, a calçada vai estar lá, e isso, já me basta.

.

Eu não sei mas quantas linhas mas terei de escrever até conseguir me livrar de todos os sentimentos, os gestos e os gostos que senti desde que voltou pra minha vida com essa idéia de que isso não muda nada entre a gente!

terça-feira, março 1

Depois dos dias de sol.

Que vontade de escrever tudo e nada ao mesmo tempo!
meus momentos de inspiração tão indo e vindo com uma rapidez tão grande, que eu acabo aqui parada com uma pagina aberta e uma mente vazia.
 Parece que você esta roubando os meus melhores momentos com esse sorrisinho simpático e essas historinhas pra boi dormir.
 Se eu te pedisse pra sair de mim (...) Você sairia?
 Se eu te pedisse pra me ignorar, fingir que não me conhece, e não olhar pra mim somente essa noite (...) você atenderia meu pedido?
 Você é do tipo de cara que não me faz voar, você é do tipo que me prende no real, e apesar de isso ser ótimo ... é ruim tambem.
 Mas vamos fazer o seguinte, vamos deixar tudo pra depois, porque já faz tempo que a gente esta assim e eu estou precisando de um tempo pra mim. Depois que passarem os dias de sol, e ficar escuro de novo, a gente conversa e começa de novo, como sempre fazemos.
 Nós sempre acabamos voltando a ser 'nós' no fim da cena, e apesar de eu achar perda de tempo rever as historias, a nossa acaba tendo partes inéditas que eu me recuso a perder.
Só espera mais um pouco está bem? Me deixa escrever mais algumas coisas, e depois que o sol for embora, a gente termina essa conversa.

terça-feira, fevereiro 22

Coração.

Coração não sabe o que quer, não sabe pelo que sofre, por quem sofre.
Não sabe se ama ou se odeia.
Não sabe mais diferenciar certo e errado.
Coração, ainda te troco por mais um cerebro.
He coração, deixa a cabeça te ensinar que brincadeira é brincadeira, e verdade é verdade.

quinta-feira, fevereiro 17

Ap.66

De longe a maior das aventuras!
Depois de invadir a tua hibernação criativa, eu te disse que nós deviamos lembrar que existia um mundo depois das paredes, que o certo e o errado eram só uma questão de opinião, você concordou comigo, eu concordei com você e nós vivemos a minha aventura!
Você me perguntou se eu estava feliz, e eu te disse que sim, apesar de você ser muito ruim (um ditador) eu não me arrependi de ter entrado por aquela porta, no ap.66, onde as paredes tinham desenhos e frases, onde os móveis, contavam histórias.
Eu olhei no fundo dos olhos verdes, e me esqueci do resto, porque naquele momento, não exisia nada que fosse importante lembrar, e quando você me chamou de menina, me pedindo pra acordar, você era a única coisa que eu pude enxergar.
Você me perguntou se eu ia me lembrar!
Eu não posso garantir por quanto tempo lembrarei, mais eu tenho certeza, que esquecer, eu não vou. 

sábado, fevereiro 12

Contradições!

eu que sempre pensei ser grande, me vi tão pequena em suas mãos.
eu que sempre pensei ser forte, me vi derreter ao te tocar.
eu que sempre pensei estar certa, entendi o quanto posso (por você) errar.

segunda-feira, fevereiro 7

Eu vi demais.

Eu vi os meus amigos crescerem, irem e voltarem. Eu mesma já fui e voltei varias vezes.
Eu vi a cidade mudar. O ar mudar, a água mudar, ambos, ficando mais escuros a cada dia.
Os programas da tv também mudaram, a infância mudou, e eu que brincava de 'taco','pega ladrão' e 'esconde-esconde', não entendo como é ser uma criancinha de apartamento presa á internet, ao playstation e a tv a cabo.
Eu vi propósitos mudarem, sonhos se transformarem, governos se corromperem por pouco.
Eu vi religiões sendo criadas com a finalidade de se transformarem em uma fonte de capital onde se vendem terrenos no céu, por suaves prestações.
Eu vi uma geração de guerreiros que lutavam pela liberdade, serem trocados por uma geração de pessoas fúteis que vivem dopadas por acharem suas vidinhas, de roupas de marca e carros da moda, um tanto vazias.
Infelizmente, vi pessoas sem alma matarem por pouco, e morrerem por menos ainda. Ví nos olhos das pessoas o cansaço, a preocupação com o futuro de uma sociedade insustentável onde o maior pisa no menor sem pensar se ele tem uma história pra contar.
Eu tenho medo, acho que vi demais nesses meus 20 anos de vida, eu tenho medo, porque não sei se quero continuar vendo nos próximos 40.

quinta-feira, fevereiro 3

Vou fechar os olhos.

Vou fechar os olhos mais uma vez, e vou pra lá.
Eu vou sentir o coração apertar e os olhos vão produzir aquelas malditas gotinhas que insistem em rolar pelo meu rosto morrendo em minha boca com um gostinho salgado, aquele gostinho de saudades, gostinho de você.
Ai eu vou inspirar bem fundo, e vai fazer um barulhinho quando eu expirar, e aquilo vai me deixar com a sensação de que meu peito ta esvaziando.
Depois eu vou escutar uma musica e vou escrever algumas palavras sem sentido, porque eu acho que isso vai me ajudar.
Então eu vou parar e olhar para o teto, minha cabeça vai cair lentamente para tras e eu vou ficar viajando um pouco, e quando eu me der conta, vou ver que nada mudou.
Aí eu vou pensar nas infinitas possibilidades que eu tenho, e eu vou ficar feliz por tudo estar mudando o tempo todo, por eu ter uma vida pra viver, por eu ter coisas pra fazer, mais isso não vai durar mais de 3 horas, porque daqui a pouco eu vou pra cama, e quando tudo estiver em silencio, sem perceber, eu vou pensar em nós, e vou querer continuar escrevendo a gente, sentindo a gente, fingindo que 'a gente' é ' a gente mesmo'

quinta-feira, janeiro 20

P.

... porque meu quarto esta uma bagunça e eu estou aqui no escuro escutando Cazuza.
e eu não consigo parar de pensar em balas, gotas de chuva, piadinhas e historias inventadas para contarmos quando chegarmos em casa.
 Só porque não consigo parar de pensar em ontem, e hoje meu dia passou rapido demais e eu não estava conseguindo esconder que alguma coisa tinha acontecido, porque eu começava a sorrir sozinha olhando pro nada, e você não sabe a quanto tempo eu não fazia isso.
 Eu só posso dizer que te odeio, ou amo, por isso.
 Porque voce diz que quem vai pro inferno sou eu, mais se nós formos juntos, não pode ser tão ruim.

terça-feira, janeiro 18

(...)

Se eu fui até la, não era só porque eu queria te encontrar.
Eu tenho uma vida sabe? E tem coisas que eu preciso fazer, coisas que não tem nada a ver com você.
É que as vezes voce me olha com aquela cara de convencido, achando que eu estou criando situaçõezinhas ridiculas pra gente se encontrar, mais não é sempre assim. Já foi, mas não é mais.
Então pare de pensar que eu só penso em você querido. Sempre foi assim, mais pode deixar de ser.

sexta-feira, janeiro 14

Pretinho.

Meu pretinho.
Pena que eu não posso chamar de meu.
Que saudades de você, saudades de não sentir tanta saudade de você.
Pretinho, me conta como faz pra ignorar o coração, me conta como faz para fingir que nada aconteceu, me conta como faz pra continuar passando pelo dia sem pensar em você nele todo.
Vamos brincar então? Foi você quem deu a idéia.
Pretinho que não posso chamar de meu, aparece aqui de novo pra gente falar besteira, aparece pra mim ser quem eu sou de verdade, porque com você, não preciso fingir.
Ô Pretinho, que bagunça você fez.

quinta-feira, janeiro 6

Somos pessoas.

As pessoas se importam demais com coisas sem importância nenhuma.
As pessoas comem demais mesmo quando não estão com fome.
As pessoas machucam as outras pessoas quando estão com raiva, e até quando não estão.
As pessoas pensam ser o centro do universo e acreditam que tudo pode acontecer com seu vizinho, mas que nada nunca ira acontecer com elas.
As pessoas pensam mal dos filhos dos outros, mas nunca olham para os seus.
As pessoas gastam dinheiro com roupas de marca e silicone, mas não pensam que outras pessoas morrem de fome.
As pessoas tem a irritante mania de se acharem melhores que as outras pessoas pelo simples fato de terem dinheiro, fama, um carro ou uma casa bonita, sem pensar que nada disso pode te fazer uma pessoa diferente.
As pessoas dizem que amam ao outro, mas não amam nem a sí mesmos.
As pessoas acham que controlam sua vida, e acham que isso é mesmo possivel, mas esquecem que existe um dia após outro e que amanhã, as coisas podem não ser bem assim.
As pessoas simplesmente esquecem que são apenas pessoas, e existem muitas pessoas por aí!


domingo, janeiro 2

Vou me esquecer.

Vou me esquecer.
Desistir de mim e me guardar em algum lugar distante.
Sim, eu estou tentando de novo. 
Tentando esquecer mais uma vez, e como decidi me livrar de tudo que fosse seu, terei de me livrar de mim.
Só assim vai dar, me esquecer, e talvez, te esquecer.