Olho pela janela, como as árvores passam rápido por mim. Ainda lembro que quando era criança, tinha certeza de que eram elas que corriam ao redor, e não eu que me mexia.
Sinto saudades daquela época que acreditava que o mundo corria pra mim, e não eu que corria para ele.
Sinto falta de sentir medo do Chupa-Cabra, ou do ET de Varginha.
Sinto falta de perguntar para a minha mãe de onde vinham os bebês e ver aquele rosto avermelhar-se e me contar sobre cegonhas que carregavam bebês em seus bicos enormes. Saudades da época em que minha irmã era pequena e eu pedia para segura-lá.
Saudades de sentir ciúmes do meu chocolate, da minha fralda, da minha chupeta, daquele cobertor que estava até rasgado de tão surrado e velho. Sinto falta de brincar com o vizinho de subir nas árvores, de ficar horas no balançador e depois reclamar que estava com dor de cabeça.
Saudades de cair no chão de cimento, ralar o joelho, gritar o nome da minha mãe e depois espernear quando ela ia tirar as pedrinhas do ferimento. Saudades de sentir o beijo que curava todas as dores.
Saudades de amarrar o cabelo no alto da cabeça, calçar sapatos de salto alto e uma blusa 4 vezes maior... Sem falar nas meias dentro do sutiã da mãe, para me achar linda.
Sinto falta de colocar uma almofada debaixo da barriga e fingir que estava grávida daquele menino lindo e encardido de tanto brincar na rua, que eu jurava ser meu príncipe encantado, ser meu amor eterno, e de que hoje não lembro nem o nome.
Saudades de me agarrar ao pescoço do meu pai na entrada da escola, de chorar á cada 1º dia de aula, e chorar ainda mais depois de saber que teria de ir para aquele lugar todos os dias.
Saudade das coisas simples que me faziam feliz.
Saudades de quem eu era.
adoro o et de varginha... podia ser de itajubá.. hahaha...não chorei mais senti aquele nozinho na garganta. nostalgia, nostalgia, nostalgia...
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