domingo, janeiro 3

Amour Instantané III



-Você é um merda, isso que você é!
Ela  gritava em alto e bom som no meio da calçada em frente á faculdade, alguma pessoas olhavam com caras estranhas e atravessavam a rua para não encontra-los, vai que a briga se desenvolvia e um dos dois envolvidos tirava uma arma do bolso e resolvia atirar, aquilo era cada vez mais comum, pessoas comuns tem armas em casa hoje em dia não é?
-Aquilo foi uma brincadeira, não tem nada de anormal naquilo.
Ele ficava com as bochechas levemente vermelhas em momentos excitantes, ela tinha aquela coloração de vermelho nas bochechas quando brigava ou fazia amor.
-Eu vou sair por ai agarrando o primeiro cara que eu encontrar na minha frente e te dizer que é brincadeira, aposto que você vai rir muito com isso e não vai se importar nem um pouco não é?
-Se for brincadeira, eu não vou ligar.
Ele mentia bem, ela até poderia acreditar nele, mais era impossível, que pessoa em sua sã consciência gostaria de ver o seu 'parceiro' -não, eles não eram namorados, afinal ela tinha prometido que não se envolveria seriamente com ninguem, muito menos com um bicho grilo cabeludo que tocava violão e não trabalhava, como ele- agarrando outra em uma festa, ele estava lá, aos beijos com a nojenta loira peituda, e depois teve a cara de pau de dizer que havia sido só uma aposta entre amigos.
-Você é um idiota.
-Você está com ciumes.
Ele riu alto, como se á condenasse por sentir ciumes, ops, ela não estava com ciume, não mesmo, jamais teria ciumes dele, ela não tinha nada com ele e ele poderia ficar com quem quisesse.
Ela gritou mais alto;
-Eu não sinto ciumes de você, você é um convencido ridiculo.
-Você não precisa ficar triste, eu também sentiria ciúme, mais aquilo foi brincadeira, você não precisa de importar, além do mais outra noite você me disse que eu podia agarrar quem eu quisesse por que você não se importava com nada.
Ele precisava jogar aquilo na cara dela, ela estava com raiva naquele dia, e ele não precisava levar tudo ao pé da letra.
-Tá bom, você venceu, vai lá com a sua loira peituda nojenta e me deixa em paz na companhia do meu ciúme doentio.
Ela saiu andando se equilibrando no meio fio, podia parecer bobagem, mais era uma terapia, andar no meio fio á fazia perder o foco no objeto de sua raiva e se concentrar em não cair, ela ouviu os passos atras dela, eram os passos dele, ela os reconheceria em qualquer lugar;
-Não fique com raiva.
-Eu não estou.
-Você está andando no meio fio, você está com raiva.
Ele á puxou e a beijou, no incio ela ainda tentava empurra-lo, mais para fazer charme do que para empurra-lo de verdade, já que seu orgulho feminino não queria se dar por vencido assim tão fácil, mas ao mesmo tempo, o seu instindo de ser frágil desejava que ele a tocasse.
-Eu só vou beijar você, se você quiser que seja assim.
Ele era mesmo um convencido, ela não precisava dele para nada, não precisava dos beijos dele, ela nem gostava dele, nem um pouco ... bem, talvez um pouco, mais era só porque ele fazia ela rir as vezes;
-Você pode beijar quem quiser.
Ele sorriu e a pegou pela cintura enquanto caminhavam juntos até seu frio apartamento no 8º andar. Mas não a beijou.

Enquanto eles iam, ele pensava em como ela cabeça dura, ele não ficaria só com ela até que ela admitisse verbalmente que queria ele só para ela.


Enquanto eles iam ela pensava em como os homens eram burros, quando eles iam entender que as mulheres diziam tudo ao contrario, ela não queria ele beijando outras, ela queria ele só pra ela, mais nunca admitiria isso verbalmente, ele tinha que ler nas entrelinhas.

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