segunda-feira, janeiro 11

Certezas impossíveis.

                               Ela nunca teve muita certeza de nada. Era era péssima nesse negócio de afirmar coisas para as pessoas, ela não tinha certeza se estaria aqui no Carnaval, ou se sairia aquele fim de semana. Não tinha certeza se tinha gostado mesmo daquela blusa no manequin, ou daquele short na prateleira.
Se ela não tinha certeza nem de coisas tão banais, tão físicas, como ela poderia ter certeza sobre sentimentos?!
Sentimentos que não podem ser vistos, ouvidos, tocados ou manipulados usando as mãos!


                               Por um tempo ela teve certeza que estava curada, tinha certeza que ele não mexeria mais com nenhuma célula do corpo dela, e que quando o visse, seria como ver qualquer um dos outros que hoje ela via e não passavam de pessoas normais, figuras do passado.
Hoje, ela tem de novo essa certeza, mais ao achar a foto escondida dos olhos, e da mente, dentro do dicionário, algumas coisas ainda mexeram com ela.
Era impossível ter aquela certeza agora, ela tinha que ter mais um tempo sozinha, mais um tempo para pensar, e apesar de ele não fazer mais parte nem do presente, e nem do futuro dela ... Ela não poderia ter certeza sobre o que sentiria se ele estivesse ali novamente.

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