domingo, março 17

Vou pegar um café


Um alguém, dentro de outro alguém.
Vou pegar um café, pra contar uma historia.

Um filme, o pedido de um beijo, uma boa conversa!
Um sofá laranja, com uma cerveja, cigarros e coca-cola. Eu realmente não liguei para as drogas.
Fiquei encantada, ele não tirava as mãos de mim, ele parecia ter necessidade de estar por perto, de estar junto, de estar comigo! Ganhou minha atenção.
A minha história de filme e casa, não deu certo.
Você mexeu nos meus cabelos, mexeu nos meus planos, eu não pude mais ir embora.
Você conquista pelo que é, guri. Você não precisa de mais nada pra conquistar alguém, só palavras.
E eu que adoro palavras, vi em você, algo diferente. Ganhou minha atenção.
Me senti mulher, me senti em você.
Eu só precisei fechar os olhos, você cuidou de mim.
Eu nunca mais vou estralar os dedos sem lembrar de você, você batendo em minhas mãos, enquanto eu estava em seu colo, me dizendo:  vai perder os dedos assim menina.
Uma camisa vermelha, uma noite longa, que ficou tão curta. Você me dizia que precisava saber mais sobre mim, eu era uma gracinha, uma menininha, e você adorava aquilo.

Meus cabelos cheiravam a cigarro, eu não liguei, suas mãos estavam em mim de novo, e eu não vou esquecer o seu rosto, os seus olhos, a sua boca!
Andar de braços dados com você, me fez esquecer o caminho de casa enquanto andávamos pelas ruas rindo, comendo chocolate, bebendo 'alcóol' e falando sobre a vida.
Guri, você me ganhou, com seu molho de macarrão e seu bife ao ponto, com seus carinhos, com os palavrões na hora do futebol.
Você me ganhou, assim que me ligou naquela tarde pra me acordar, você simplesmente, me ganhou.

Desperta o meu melhor e o meu pior, me tira e me devolve o sono, esconde os meus sorrisos e só me devolve na semana seguinte. Se acha no direito de entrar e sair de mim quando bem entende.
Me diz que sou a sua menininha, diz que não consegue me esperar, sou gostosinha demais, a guria mais linda do bar. Me deixa com a cerveja nas mãos e vai brincar de ser bom em alguma coisa! volta pra mim, quebrando copos e me beijando em público.
Depois daquela noite em que vi o por do sol na janela, que pedi pra você entrar em mim, me surpreendo com um outro você, uma outra eu. Me peguei pequena em sua mãos novamente, desejando, quase implorando, para que você não me deixasse nunca mais, para que suas mãos continuassem em minhas pernas eternamente. Me peguei rindo, falando demais, reclamando demais, criticando o mundo, bebendo todas as garrafas do bar.
Me assusto, a cada dia, me pareço mais com você.

E quando você me deixar?
Eu vou ter um texto seu, escrito por mim, pra eu lembrar... voltar a ser eu, sem as garrafas do bar, sem as mãos em mim, sem as drogas, sem a caminhada e o frio, sem o suor que me embaraça os cabelos. Me dá trabalho deixar de ser você! não me deixa deixar de ser eu e você, juntos, ao mesmo.
Mesmo que você não consiga me esperar! mesmo que eu seja a menina mais bonita do bar, só promete que vai ficar aqui dentro, e que vamos dormir assim essa noite

Gosto de sentir que existe algo mais, e que talvez, seja mais que uma noite... que sejam os dias em que andamos de mãos dadas, que me levou ao bar, que me apresentou aos amigos, que fumou aquele baseado enquanto eu estava de braço dados com um daqueles caras estranhos que você me apresenta.
Menino, to percebendo que você não vai mais caber em palavras se continuar assim. Vou acabar esquecendo de como te escreve, de como te conto ao mundo, e de como te escondo em mim.
E o que acontece quando eu fico longe?
Já descubro menino.
Acho um sarro ver teus amigos dizendo que você precisava mesmo de uma mulher inteligente, que se você não namorar comigo, eles namoram... eu sou cavalheira, pago a conta e ainda seguro o guarda-chuva pra não molhar o baseado. Se eu fosse você, casava logo comigo.

Porque eu simplesmente tremia, eu não conseguia me maquiar e eu me preocupei com todos os detalhes, eu queria que você me visse, eu queria os seus amigos dizendo o quanto eu era linda, eu queria você dizendo baixinho pra mim o quanto eu era bonita.
Eu não conseguia entender como alguém podia mexer tanto comigo, eu me sentia tão segura enquanto te abraçava, me sentia tão bem com as suas mãos em mim, quando você me cobria, me esquentava, me beijava na testa.
Eu acho realmente que eu quero que seu rosto seja a primeira coisa que eu veja ao acordar, e a ultima coisa que eu admire antes de dormir.

Me explica como faz pra brigar com um cara que me abraça a noite toda, que faz pizza pro almoço, que tenta me ensinar a jogar poker, que me cobre, que se preocupa.
Você me disse que podíamos ir embora a hora que eu quisesse.



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