Desculpa se eu atirei aquele copo na parede, e se ela ficou manchada, e se os cacos foram difíceis de tirar do tapete. Mas você tem que me entender, eu não sou só um pedaço de carne.
Lembra aquele dia que eu me gabei dizendo que nunca chorava, por nada?! Desculpa, eu menti.
Eu vi a sua cara de desespero quando eu comecei a chorar, e quando eu comecei a chorar ainda mais depois de você tentar me abraçar... mas você devia entender, qualquer contato com algo que não fosse 'meu' naquele momento, só pioraria a situação.
Não sou boa nesse negócio de ir embora, nunca fui e nunca vou ser.
Eu minto, nem tudo que eu te disse foi verdade. Eu não senti tudo aquilo, e muitas vezes eu fingi não sentir nada.
Me desculpa se eu fiz algum plano, se eu esperei que você ligasse, se eu esperei que você mudasse. É que quando você disse que queria ficar comigo de verdade... eu acreditei.
Eu não queria ser a pessoa que sorri do nada por lembrar de algo que você fez ou disse, eu não queria ser a pessoa que dorme com as pernas em cima de você, eu não queria ser a pessoa que fez o café antes de te obrigar a levantar da cama, que te faz carinho de madrugada, que te abraça com o corpo todo.
A culpa é minha, eu sou idiota, eu só finjo que não espero nada de você, quando na verdade eu me submeti a tudo aquilo por acreditar que daria certo. Mas admita a sua parcela de culpa, foi você que apareceu na minha porta as 3 da manhã dizendo que queria que eu ficasse, que não queria me ver com ninguém... que sentia falta até das coisas que te irritavam em mim.
Vai ficar puto comigo mais uma vez depois que ver que eu continuo com a mesma mania de escrever, vai começar a pensar se aquelas coisas que eu escrevi mês passado foram de verdade, vai sentir ciumes e vai me fazer rir de novo. Vai me chamar de louca, eu vou jogar outro copo na parede. Ai então você vai me ligar no outro dia, e vai pedir eu ir até ai porque a mancha não sai e toda vez que você olha pra parede, lembra de mim. Você sabe que eu sou preguiçosa, um tanto manhosa, indecisa demais, apaixonada demais, por tudo e por todos. Eu me apego a pessoas, a situações, a palavras, músicas... tudo.
Só que dessa vez, quando você me chamar, eu não vou.
Porque eu já estou indo embora, e você não sabe mais me segurar, ou talvez eu já esteja presa á outro lugar. Sei lá, eu só vou ficar longe até as coisas acalmarem.
Pic: http://brianmviveros.com/ vale a pena ver.