sábado, outubro 10

Amour instantané I


Sentada naquele lugar sem graça, com muitas pessoas ao redor e ao mesmo tempo um sentimento de pura solidão, ela não via um propósito para sair aos sabados á noite, não saia para procurar um amor - nem acreditava que axaria naquele lugar-, não saia para se divertir .. só saia para contar ao pessoal da faculdade que havia bebido 3 doses de Wisky barato e ido dormir sozinha em seu gelado apartamento de 8º andar.
Ele havia sentado ao lado dela como quem não queria nada - talvez ele nem quisesse mesmo-, olhou para ela, olhou para o copo e para ela de novo:
-Você vem sempre aqui?
Ela sorrio internamente com a esdruxula pergunta, que não passava de uma talvez cantada barata:
-Sim.
Ela não ia prolongar conversas, não iria para cama com ele de jeito algum. Dessa vez olhando para o copo ele diz:
-Você não parece muito animada, e com certeza esse Wisky de R$1,70 o copo não vai te ajudar a melhorar isso.
Quem ele axava que era para ficar dando opiniões sobre o Wisky de merda que ela bebia e os sentimentos que ela sentia:
-Você não tem nada melhor pra fazer do que ficar olhando pra mim e pro meu copo e logo após isso soltar suas frases de filosofia barata para tentar armar uma conversa casual?
-Olha, é inteligente, mais quem disse que eu quero mesmo ficar aqui conversando com você? eu posso estar apenas sentado esperando minha cerveja e não resisti em criticar a bebida péssima.
Ele era atrevido.
-Se for mesmo isso, pegue a cerveja e caia fora.
Ele pegou o copo da mão dela e a pegou pelo braço ao mesmo tempo, á fez levantar e a arrastou para fora do lugar, ela bem que poderia gritar, dizer que o cara estava tentando assalta-la, que ele era um maniáco, mais não havia conseguido proferir uma única palavra, um único som sequer de revolta com o ato bruto do desconhecido de barba por fazer e olhos profundamente pretos.
Do lado de fora do barzinho ele a larga, ela parecia ter voltado á sí agora que ele não a tocava mais:
-Seu idiota, alem de tomar meu wisky que você diz ser uma merda, ainda tem coragem de me pegar desse jeito.
Ela virou as costas e começou a caminhar pela rua escura, ele a alcançou rápido:
-Existe um mundo aqui fora, um mundo onde mágoas não se apagam com um copo de wisky e uma noite vazia sentada em um bar de esquina.
-Filosofia, pura filosofia, o que você é? Escritor?
Ele ignorou a pergunta e a beijou, naquele momento um formigamento no rosto começou a dar sinal, ela não sentia suas pernas tremerem, sua mão suar, ou sinos tocando ... Mais ela sentia, sentia que aquilo sim era diferente, sentia que pela primeira vez tinha acertado em sair de casa.

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